Comitê UnB pela Vacinação realizou manifestação no Ministério da Saúde
Na manhã de ontem (11/03), o Comitê UnB pela Vacinação (composto por SINTFUB, ADUnB e DCE UnB) realizou uma manifestação simbólica em frente ao Ministério da Saúde, na Esplanada dos Ministérios, para exigir o fim do genocídio do povo brasileiro, que se encontra abandonado pelo Governo Federal em meio à pandemia da COVID-19.
O ato cobrou a agilização do Plano Nacional de Vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que caminha lentamente sob a coordenação do general Eduardo Pazuello (atual Ministro da Saúde) e denunciou as (in)ações de Bolsonaro na gestão da pandemia, que já vitimou mais de 270 mil pessoas no Brasil.
Os manifestantes utilizaram máscaras, álcool 70% e mantiveram um distanciamento seguro entre eles, como medidas de barreira para evitar o contágio pela COVID-19 – segundo protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A Coordenação Executiva do SINTFUB esteve representada na atividade. Confira fotos abaixo:
Considerando a crise sociossanitária ocasionada pela pandemia, o Comitê UnB pela Vacinação recomenda urgentemente a Imunização Universal da População do Distrito Federal. Ainda que reconheçamos os riscos enfrentados por determinados grupos sociais, devido aos seus fatores de comorbidades ou às impossibilidades de realizarem medidas de isolamento social, o Comitê UnB pela Vacinação observa que uma célere Imunização Universal representaria medida mais segura, efetiva e economicamente viável de enfrentamento à COVID-19.
A escolha de grupos sociais pouco numerosos e específicos para a vacinação, bem como a ausência de plano de imunização para a totalidade da população, seria convergente a cenário de incapacidade de viabilização de plano de vacinação, ou de escassez econômica. De um lado, o Sistema Único de Saúde (SUS), maior sistema universal de saúde do planeta, realiza há 33 anos processos de imunização e é capaz de operacionalizar planos de vacinação com celeridade e responsabilidade. De outro, o Distrito Federal é uma Unidade Federativa atípica por, entre outras características, suas competências tributárias cumulativas, e conta com os melhores indicadores de renda per capita do país. Em 25 de fevereiro deste ano, a Secretaria de Economia do Governo do Distrito Federal (GDF) apresentou à Comissão Especial de Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa do Distrito Federal um superávit de R$ 1,6 bilhões, correspondente ao fechamento do ano de 2020. Nesse cenário, um eventual questionamento sobre dificuldades financeiras denotaria desconhecimento das próprias capacidades de execução orçamentária do Distrito Federal.
Chamamos a atenção para a urgência do tema. As respostas lentas do GDF, alinhadas às orientações frágeis do Governo Federal, não fazem jus à tragédia enfrentada pelas milhares de famílias em luto nem às demandas da população em risco com seus desejos de sobrevivência e qualidade de vida.
As condutas desprovidas de responsabilidade pública tomadas no âmbito federal tornam ainda mais indispensáveis a vontade política e a coordenação de ações subnacionais para que mais vidas não sejam ceifadas. O Comitê UnB pela Vacinação deseja que haja, com a devida rapidez, a imunização no Brasil. Nesse sentido, é indispensável a crítica aguda ao Governo Federal, bem como a realização das devidas medidas para viabilização de planos subnacionais de vacinação.
Simultaneamente às ações públicas para evitar agravamento da situação da saúde pública no âmbito do Distrito Federal (estabelecimento de lockdown, medidas econômicas e fiscalizatórias de incentivo ao isolamento social, estabelecimento de leitos emergenciais e hospitais de campanha), faz-se necessária a negociação da compra direta de vacinas contra a COVID-19 com laboratórios devidamente certificados, com vistas à imunização universal da população do Distrito Federal – em articulação com a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) do Distrito Federal, para conter novas propagações e mutações do vírus.
O Comitê UnB pela Vacinação reconhece a necessidade de realização de testes clínicos para que a imunização possa atingir populações como grávidas, lactantes, menores de 18 anos e, ainda assim, compreende que o Plano Distrital de Vacinação contra a COVID-19 deve considerar a universalização, de modo a observar, no devido tempo, os riscos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, entre outros agravamentos em decorrência da COVID-19.
Solicitamos a operacionalização de um Plano de Imunização Universal em respeito às famílias enlutadas devido à tragédia da pandemia, aos internados por COVID-19, aos que foram acometidos de novas doenças e sofrem em decorrência da COVID-19, às pessoas com fatores de comorbidades diariamente amedrontadas para realizarem suas atividades produtivas devido aos riscos assumidos ao tomar transporte público ou fazer refeições em espaços coletivos.
Recomendamos a priorização política e gestionária dessa agenda com a devida urgência, em especial, dada a possibilidade iminente de colapso da saúde pública do Distrito Federal.
Comitê UnB pela Vacinação Sindicato das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Universidades Federais no Distrito Federal (SINTFUB) Associação de Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB) Diretório Central dos Estudantes Honestino Guimarães (DCE UnB)
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Live do Comitê UnB pela Vacinação debateu conjuntura atual
O Comitê UnB pela Vacinação realizou na última terça-feira (09/03) sua primeira live, onde foram apresentadas análises de conjuntura e realizado um amplo debate com a comunidade.
Como aconteceu um dia após o Dia Internacional de Luta das Mulheres (08/03), a transmissão contou com uma participação 100% feminina: na mediação da live, Carla Márcia (coordenadora do Centro Comunitário Athos Bulcão) representou o SINTFUB, Odete Messa (professora da Faculdade de Medicina) representou a ADUnB e Júlia Chaves (estudante de Saúde Coletiva) representou o DCE UnB. Entre as palestrantes, Ethel Maciel (professora da UFES) foi a convidada do SINTFUB, Nathalia Honorio (estudante de psicologia) foi a convidada do DCE UnB, Lorena Tavares (ProEpi) representou o projeto Guardiões da Saúde e Maribel Aliaga (arquiteta e urbanista) representou o Observatório Amar.é.linha.
No espaço virtual, estudantes, professores, técnico-administrativos e terceirizados da UnB manifestaram-se pelo direito à saúde no Brasil, o qual se encontra gravemente ameaçado: não há um plano nacional ou distrital de imunização em curso, e isso em um momento de grande alta do número de infecções por COVID-19, causado pela sabotagem do Governo Federal às políticas para conter o avanço da pandemia.
Assista (ou reassista!) o debate que foi realizado na íntegra:
Basta! Não à perseguição de Bolsonaro aos educadores e à Aduferpe
Foi com surpresa e indignação que a Coordenação Executiva do SINTFUB recebeu a notícia da convocação da professora Erika Suruagy (vice-presidenta da Aduferpe) para depor na Polícia Federal, em inquérito criminal aberto a pedido de Jair Bolsonaro para apurar a colocação de outdoors com mensagem contra as ações do Presidente da República na pandemia, vide imagem abaixo:
Trata-se de um ataque à liberdade de expressão, garantida constitucionalmente a todos os brasileiros. É uma tentativa de calar opiniões e intimidar o legítimo e livre exercício da atividade associativa. Por outro lado, no mérito, a crítica ao Governo Federal externada nos outdoors revelou-se desgraçadamente justa: à época eram 120 mil mortes a lamentar, hoje já são mais de 270 mil.
A Assessoria Jurídica da Aduferpe está segura de que não há nenhuma base legal para que um processo seja instaurado. O fato da professora Erika Suruagy ter sido convocada e de ter que prestar depoimento na Polícia Federal é de inteira responsabilidade de Jair Bolsonaro. Ele está claramente tentando intimidar sindicalistas, cientistas, professores, servidores públicos, artistas, intelectuais e cidadãos que discordam do seu governo. Não conseguirá.
A unidade da classe trabalhadora, com suas organizações sindicais e populares, vai barrar essas intimidações e ameaças. A democracia e o livre direito de opinião serão defendidos por todos e todas.
O SINTFUB se coloca em defesa da democracia, da liberdade sindical e da liberdade de expressão; e exige o fim da perseguição de Bolsonaro aos educadores e à Aduferpe!
O SINTFUB manifesta seu apoio à luta dos auditores-fiscais da Receita Federal que, organizados pelo Sindifisco Nacional, realizaram uma greve (“apagão”) de 48 horas entre terça (09/03) e quarta-feira (10/03) desta semana.
A mobilização dos auditores-fiscais teve como objetivo organizar a resistência contra as tentativas de fragilização e desestruturação da Receita Federal, sendo uma reação direta à possível aprovação da PEC Emergencial (PEC 186/2019) pela Câmara dos Deputados com o texto original do Senado, que acabava com a vinculação de recursos para as administrações tributárias em nível Federal, Estadual e Municipal.
O “apagão” dos trabalhadores foi vitorioso e, em um desfecho inédito em favor dos auditores-fiscais e da Receita Federal, a Câmara dos Deputados aprovou ontem (10/03) um destaque à PEC Emergencial que suprime do texto o trecho que extinguia a vinculação constitucional de recursos para as administrações tributárias, incluindo a Receita Federal.
Se aprovado da forma como o Senado enviou, a desvinculação de recursos teria o potencial de reduzir pela metade a estrutura física da Receita, com fechamento de delegacias e agências em todo país, prejudicando a fiscalização e o combate a crimes como sonegação, corrupção, lavagem de dinheiro, tráfico de armas e de drogas. Não foi um favor dos deputados ao Brasil: foi a greve dos trabalhadores que impediu isso!
Essa greve de 48 horas realizada pelos auditores-fiscais e organizada pelo Sindifisco Nacional mostra às categorias do funcionalismo público federal que a nossa organização e mobilização são capazes de derrotar os ataques do Governo Federal e do Congresso Nacional, indicando que a luta é o caminho que devemos seguir para alcançar vitórias, mesmo diante de uma conjuntura tão adversa quanto a atual.
O SINTFUB saúda os trabalhadores da Receita Federal pela greve vitoriosa de 9 e 10 de março e conclama sua base e todos os demais servidores públicos a fazerem o mesmo: ir à luta contra os ataques aos nossos direitos!
Live do Comitê UnB pela Vacinação: hoje (09/03), às 18 horas!
O Comitê UnB pela Vacinação realizará nesta terça-feira (09/03), a partir das 18 horas, sua primeira live, onde serão apresentadas análises de conjuntura e realizado um amplo debate com a comunidade.
Para isso, a live terá a presença de representantes do SINTFUB, da ADUnB e do DCE UnB, sendo elas:
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E também de quatro convidadas de iniciativas políticas e científicas da UnB e do Brasil, sendo elas:
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A live começará pontualmente às 18 horas. Clique aqui para acompanhar no YouTube!
Mais sobre o Comitê UnB pela Vacinação
Diante da política genocida perpetrada pelo Governo Federal, que decidiu que a vida e a saúde dos brasileiros seria sacrificada em nome da “economia”, faz-se necessário a organização de espaços amplos que debatam sobre a conjuntura e que articulem medidas com o objetivo de buscar a vacinação universal da população o mais rápido possível e por vias públicas, um objetivo que Bolsonaro também procura ativamente sabotar.
É nessa conjuntura que o Comitê UnB pela Vacinação foi criado, em conjunto com os três segmentos organizados da Universidade de Brasília (SINTFUB, ADUnB e DCE UnB), para elevar o nível da discussão política diante do agravamento da crise social e sanitária que aflinge o nosso país e para procurar possíveis saídas.
O Comitê UnB pela Vacinação é um espaço de luta pela vacinação universal da população brasileira e um forte contraponto à política genocida que vem sendo aplicada pelo Governo Federal, além do imobilismo por parte dos governos estaduais.
Dia após dia vemos se elevar o número de mortes por COVID-19 pelo país de forma assustadora e é preciso dar uma resposta à altura. Em uma conjuntura onde a vacinação ampla da população é a medida mais eficaz contra o vírus, a falta de um plano efetivo a baixa velocidade da aplicação das vacinas significa mais infectados e mortos por descaso do poder público.
SINTFUB, ADUnB e DCE UnB estão engajados na luta pela vacinação de todos, mesmo com todas as dificuldades que a pandemia impõe.
Entendemos que é necessário organizar cada vez mais as iniciativas de luta e produção científica que combatam o negacionismo e a classe política que ceifa as vidas do povo brasileiro, e o Comitê UnB pela Vacinação nasceu para ser mais uma dessas iniciativas!
Somos apenas um corpo como é descrito nos livros de biologia? Isso é tudo que somos e o que nos forma?
Neste 8 de março, em meio à pandemia de COVID-19, o Fonasefe convida todas e todos a refletirem sobre a mulher ensinada nas escolas, nas igrejas, na televisão, na internet e nos lares.
E mais do que um convite à reflexão, neste momento difícil do nosso país fazemos um chamado ao engajamento das mulheres na luta por direitos, serviços públicos e democracia. Lutaremos por vacina, auxílio emergencial, oxigênio e leitos nos hospitais. Combateremos todo tipo de violência, machismo, transfobia e intolerância.
Somos mulheres, feitas de mulheres e sempre na luta!
No último sábado (06/03), um grupo de brasileiros indignados com o governo Bolsonaro e suas (in)ações diante da pandemia da COVID-19 (que já matou mais de 260 mil pessoas no país) decidiu fazer um Manifesto, que ganhou o nome de Carta Aberta à Humanidade.
O texto foi feito coletivamente e já recebeu adesões de dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti, Leonardo Boff, Chico Buarque de Holanda, Carol Proner, Zélia Ducan e outros intelectuais e artistas.
Confira abaixo o texto da Carta Aberta à Humanidade na íntegra:
Manifesto Vida Acima de Tudo
Com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo.
Carta Aberta à Humanidade
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança” Hannah Arendt
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e com as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Confira no vídeo acima a homenagem do SINTFUB ao Dia Internacional de Luta das Mulheres.
A mensagem deste 8 de março foi elaborada por cinco lutadoras e pesquisadoras:
Francisca Nascimento (técnica-administrativa aposentada da UnB e coordenadora geral do SINTFUB)
Andréa Queiroz Maranhão (professora de biologia celular da UnB e pesquisadora sênior visitante junto à Fiocruz-CE)
Ethel Maciel (professora titular da UFES, enfermeira, epidemiologista e pesquisadora)
Lorrany Arcanjo (estudante de arquitetura da UnB e representante do DCE Honestino Guimarães)
Carla Márcia Viana David (técnica-administrativa da UnB, coordenadora do Centro Comunitário Athos Bulcão e coordenadora de administração do SINTFUB).
MEC tenta criminalizar manifestações em IFES, mas se vê obrigado a recuar
Por mais absurdo que possa parecer, aconteceu! O Ministério da Educação (MEC) encaminhou há quase um mês (no dia 7 de fevereiro) um ofício aos reitores e reitoras das Universidades Federais em que pede a tomada de providências com objetivo de prevenir e punir atos político-partidários nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Em novo documento produzido ontem (04/03) e já encaminhado aos reitores, o MEC argumenta que não havia no ofício original “qualquer intenção de coibir a liberdade de manifestação e de expressão” nas IFES. O novo documento também diz reforçar que o posicionamento da Secretaria de Educação Superior (SESu) e do MEC é de “respeito à autonomia universitária preconizada na Constituição”.
O SINTFUB estará atento e vigilante contra as tentativas de ataque do governo contra a autonomia e democracia universitária, se colocando na linha de frente para barrar essas iniciativas.