A melhor forma de homenagear o servidor é valorizar esse trabalhador que tem a missão de servir, cuidar e proteger a sociedade, independente de credo, cor, religião, sexualidade, idade, renda. É através dessa categoria que o Estado pode promover políticas para assegurar o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população.
Essa valorização, no entanto, como acontece com todos os trabalhadores dos setores público ou privado, não virá sem luta. Por isso, no dia do servidor público, o Sintfub, como entidade representativa de parte dos servidores, reafirma o compromisso de defender os interesses da categoria e organizar a luta para avançarmos na melhoria das condições de vida e trabalho e na conquista da valorização de todos os servidores.
Essa luta não é apenas corporativa. Entendemos que a valorização dos servidores repercutirá favoravelmente na melhoria dos serviços oferecidos à sociedade, o que também almejamos para caminhar em direção a uma sociedade justa e democrática.
A amplitude da luta dos servidores ficou marcadamente clara a partir dos anos 80, quando o serviço público passou a sofrer um violento processo de sucateamento. Em nome do Estado Mínimo, os governos neoliberais, acentuadamente no período Fernando Henrique Cardoso (PSDB), os salários foram congelados, os concursos reduzidos, as condições de serviço degradadas, setores foram privatizados com eliminação de cargos estatutários. Ações de “enxugamento da máquina” foram inúmeras, em detrimento de investimento na Saúde, Educação, Habitação, Segurança e Cultura.
Para que essas reformas fossem implementadas, alardeou-se muito uma suposta má qualidade dos serviços, acusou-se o setor público de oferecer baixa produtividade já que o servidor público não trabalhava, “mamava nas tetas do Estado”, vivia como marajás, apresentando muito desperdício.
Uma imagem negativa criada pelos neoliberais e disseminada pela mídia privada, com o objetivo de reduzir o papel do Estado, deixando-o praticamente inativo, para dar vez à gestão empresarial, com suposta capacidade e agilidade de investimento e maior produtividade. Foi a deixa para a precarização do trabalho e dos serviços tanto no setor público como na área privada, que passou a prestar serviços ao Estado visando ao lucro e não ao bem estar da população e dos seus empregados,
A derrota dos neoliberais e a instalação de governos democrático-populares possibilitaram o resgate de um Estado indutor do desenvolvimento e do crescimento, mas com oferta de políticas sociais contra desigualdades, gerando empregos e renda. Assim, na última década, as amarras contra os servidores e os serviços públicos começaram a se desfazer. De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, entre 2003 e junho de 2014, o governo federal admitiu 234.988 novos servidores públicos. Entre 1995 e 2002, período de FHC, foram 51.613.
O aumento da oferta de vagas por meio de concursos públicos possibilitou um recomeço da recomposição dos quadros e das carreiras e o aprimoramento da administração pública federal. Hoje, podemos ver a juventude, que antes investia no mercado de trabalho privado, aos montes em cursos preparatórios para concursos públicos. Por mérito, eles garantem o que querem, e não dependem mais das indicações e dos apadrinhamentos para conseguir um cargo visado.
Mesmo com os investimentos nos serviços e servidores públicos, estes trabalhadores ainda têm um longo caminho de luta a travar. Os salários, as carreiras, ambientes de trabalho, em grande maioria, ainda padecem de valorização e aprimoramento.
E é por isso que esta categoria aguerrida precisa estar unida, através de suas entidades de classe, contra novas tentativas de ataque e de retrocesso. Neste dia 28 de outubro, parabenizamos cada servidor e cada servidora pública, principalmente os servidores e servidoras técnico-administrativos (as), por serem fieis à sua missão e não desistirem nunca da luta!