Reunidos em assembleia nesta terça-feira (24), os servidores técnico-administrativos da UnB deliberaram pela suspensão da greve que durou 99 dias. A decisão foi tomada após o Superior Tribunal de Justiça – STJ ter determinado, em liminar, a volta dos trabalhos de todas as universidades públicas federais do Brasil, com multa diária de R$ 200 mil para os sindicatos que não cumprirem a determinação. Apesar de retornarem normalmente às atividades nesta quarta-feira, dia 25, os servidores da UnB decidiram durante a assembleia que manterão a mobilização e não abrirão mão das pautas de reivindicação locais, principalmente da jornada de trabalho de 30 horas semanais.
“Quem quer chegar a algum lugar, escolhe o jeito certo de caminhar. Nós saímos da greve, mas não abandonamos luta. Vamos continuar mobilizados e, caso o Consuni (Conselho Universitário da UnB – órgão de deliberação da Universidade) não avance na pauta da jornada de 30 horas, podemos deflagrar greve local”, afirma o coordenador-geral do Sintfub, Mauro Mendes.
O advogado do Sintfub, Valmir Floriano, informou à categoria de que a iniciativa de ajuizar a greve dos técnico-administrativos de todo o Brasil foi do Ministério da Educação – MEC, com argumentações de abusividade e ilegalidade feitas pela Advocacia Geral da União – AGU. “Nenhum reitor levou à Justiça a greve. Ou seja, não houve respeito à autonomia universitária, o MEC passou por cima disso. Vamos recorrer da decisão pedindo, no mínimo, um percentual menor de retorno dos trabalhos, pois, dessa forma, está se negando o legítimo direito de greve dos servidores”, explica o advogado do Sindicato.
A decisão de suspender a greve também foi orientada pela Fasubra, federação que representa a categoria. “Recuamos pensando lá na frente, com uma nova jornada de luta”, afirma o integrante do Comando Nacional de Greve da Fasubra, Luis Antônio.
Além do fim da greve, os servidores técnico-administrativos da UnB também decidiram durante a assembleia desta terça-feira formalizar o Fórum Democrático da comunidade universitária, com representação do Sintfub, docentes e estudantes; lançar moção de apoio à Fasubra e aos trabalhadores que apoiaram a greve; combater a ideia de flexibilização da jornada de trabalho de 8 horas diárias; lançar moção de repúdio à demissão de cerca de 150 trabalhadores terceirizados da UnB.