O 1º de Maio deste ano será comemorado com muita reflexão pelos trabalhadores, dentro de suas casas, se protegendo contra o novo Coronavírus, sem nenhuma manifestação como de costume em todos os cantos do mundo.
Mais uma vez, a data precisa ser lembrada por causa dos nossos mártires que perderam suas vidas na grande greve histórica em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886, uma cidade dominada à época pela máfia. Naquele dia vários homens e mulheres perderam suas vidas lutando pela redução da jornada de trabalho, salário mínimo, melhores condições de trabalho e contra a exploração da mão de obra infantil. Muitas lideranças da greve foram depois julgadas e enforcadas pela justiça patronal da época.
Muita coisa mudou. Muitas conquistas foram se acumulando, mas a vigília e a luta são eternas. Por isso, neste 1º de maio é preciso fazer a luta silenciosa contra as mesmas forças opressoras do capital.
Segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho, 195 milhões de pessoas perderam seus empregos no mundo por causa da pandemia do coronavírus. Assim, mais uma vez a classe trabalhadora paga a conta com suas vidas e seus meios de sustento.
Aqui no Brasil a situação é drástica. Há três crises que assolam o país: a sanitária, a econômica e a política.
O ministro da Saúde, que antes combateu o SUS – Sistema Único de Saúde, passou a se ancorar no SUS e a seguir as orientações da Organização Mundial de Saúde e foi demitido, por um presidente da República negacionista que diz que a pandemia não passa de uma “gripezinha”.
No Ministério da Justiça havia um ex-juiz chamado de “ladrão” e com vasta ficha criminal de um processo ilegal e sem provas que levou Lula a 580 dias de prisão que pede demissão e acusa o presidente Bolsonaro de uma série de crimes, inclusive de “responsabilidade”, que já levou a Câmara dos Deputados a receber 32 pedidos de impeachment.
Além de lutar pela sua vida e de seus familiares, o trabalhador, neste 1º de maio, tem o dever de fazer o que for possível para que suas lutas tenham vez e voz, visibilidade e que possam ser compartilhada pelos demais membros de sua categoria profissional.
O futuro pós-pandemia não pode esperar. É preciso agir agora, neste momento, e exigir responsabilidade dos nossos parlamentares federais e distritais, do GDF e se esforçar para afastar da Presidência da República um presidente genocida, que até o momento não deu uma palavra sobre as mortes no país nem governa mais a Nação, pois está totalmente concentrado em evitar a prisão de seus filhos envolvidos em crimes de fake news, no comando do gabinete do ódio, e lavagem de dinheiro na “rachadinha”.
Oxalá, o STF – Supremo Tribunal Federal seja mais ágil e afaste do cargo o presidente Bolsonaro por uma série de crimes já denunciados ao Tribunal por participação em atos que ferem a Constituição, e que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF e a volta do AI-5 – Ato Institucional nº 5.
Que venha mais um 1º de Maio, pois a luta não para.
Por Camila Piacesi