Na manhã e início da tarde de hoje (15), mais de 50 mil pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios contra os cortes de recursos para a educação e a reforma da Previdência. O Sindicato dos servidores técnicos-administrativos da Universidade de Brasília (Sintfub) convocou a categoria, a qual se fez presente, em peso, no ato. A manifestação “Greve Nacional da Educação” reuniu também professores de instituições superiores, da rede pública do Distrito Federal e estudantes.
A passeata durou cerca de três horas e meia, ocupou todas as seis faixas da Esplanadas, foi pacifica e contou com a presença de cerca de 20 deputados distritais e federais.
A concentração ocorreu no Museu Nacional da República, com parada no Congresso Nacional, local onde deputados presentes e centrais sindicais discursaram sobre a importância de se investir em uma educação pública de qualidade. Os participantes apoiaram o protesto de forma entusiasmada.
Durante toda a passeata, alunos, professores e profissionais ligados a educação gritaram palavras de ordem contra o atual governo e os recentes cortes na educação básica, no ensino fundamental, médio e superior das escolas e universidades públicas brasileiras. Além de alertar a população brasileira sobre os maléficos da reforma da Previdência.
O sucesso da Greve Nacional da Educação tirou do governo federal qualquer possibilidade de aplicar o argumento da “balbúrdia” contra os professores, técnicos e estudantes que foram às ruas. Assim, o presidente recorreu a um ataque raso para comentar o protesto. “São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo utilizados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, afirmou Jair Bolsonaro.
O Sintfub afirmou que a Greve Nacional da Educação foi um preparativo para a grande paralisação do dia 14 de junho e que a categoria não aceitará os cortes na educação, pois significa um atraso muito grande para o país.
O roteiro da manifestação, previa uma parada no Ministério da Educação, porém como haviam dezenas de policiais militares e agentes da Força Nacional destacados para fazer a segurança do prédio do MEC, a passeata seguiu de forma pacífica até a Rodoviária do Plano Piloto, local onde terminou o protesto.
NOS OUTROS ESTADOS
Pelo menos 22 estados da federação realizaram manifestações no dia da Greve Nacional da Educação. A Praça da Bandeira, em Fortaleza, também reuniu cerca de 50 mil pessoas no ato em defesa da Educação Pública. Na Bahia, o bairro de Campo Grande reuniu 70 mil pessoas, segundo informações dos organizadores. Em Belo Horizonte (MG), professores e estudantes se reuniram no bairro Nova Suíça e seguiram para a Avenida Amazonas. Também houve concentração na Praça Sete, onde os manifestantes lotaram um dos principais pontos da capital mineira.
Em São Paulo, alunos e professores da USP protestam com cartazes e carro de som, na entrada da Cidade Universitária. No Rio de Janeiro, foram organizados atos na Praça XV e no bairro de Laranjeiras. Estudantes do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, também foram às ruas.
Em Curitiba, a Praça Santos Andrade, foi o palco das manifestações dos estudantes e professores da Universidade Federal do Paraná.