Dando prosseguimento à agenda de lutas, o SINTFUB realizou hoje ato de protesto em defesa da educação e valorização dos servidores na reitoria da Universidade de Brasília, UnB.
Participaram do ato trabalhadores da Universidade, que lotaram o prédio da reitoria em apoio, além de diversas lideranças sindicais como CUT, SINPRO, ADUnB, Sindiserviços, todos com um objetivo comum: a defesa dos direitos dos trabalhadores e contra as demissões e cortes na educação.
Durante o evento, diversos representantes aproveitaram o momento para chamar atenção para os problemas em vista. “Estamos construindo uma nota, jogando no contexto que é o desmonte nas universidades e demissão dos trabalhadores e estaremos soltando essa nota no dia 7 de agosto, que é o dia da aula pública, e faremos um grande ato para apresentar aos estudantes a realidade atual nas universidades. Eles também são prejudicados com todos esses cortes”, disse Mauro Mendes, coordenador do SINTFUB.
Dando importância ao ato de defesa da educação, Virgílio Arraes, presidente da Associação dos Docentes da UNB (ADUnB), falou sobre a necessidade de harmonia e alcance dessa atividade. “A Universidade tem que funcionar de modo harmônico. Se uma parte dela tem seu funcionamento prejudicado ela não vai poder ofertar à sociedade aquilo que a população merece e nem vai poder aproveitar o potencial que a UnB tem, que são seus professores, seus técnicos-administrativos e demais trabalhadores que contribuem no dia-a-dia da Universidade. A ADUnB apoia essa iniciativa, para que possamos começar o semestre sem contratempos ou prejuízo aos estudantes, docentes, servidores e trabalhadores. é importante que essa mobilização saia da universidade, vá para o Ministério da Educação, Ministério do Planejamento, bancadas parlamentares e alcance toda a população.”
Mauro Mendes destacou o papel do sindicato na defesa dos trabalhadores da universidade: “o SINTFUB tem o perfil de defesa dos trabalhadores e de seus ganhos, no entanto devemos também defender o ensino, pesquisa e extensão. Não é possível uma universidade estar no ranking como uma das melhores universidades do país sem recursos para manter esse padrão. Então nosso diálogo com a reitora é como o corte desses trabalhadores vai prejudicar a Universidade de Brasília em todos os níveis”, disse.
Dona Isabel, presidente do Sindiserviços lembra que os cortes estão acontecendo em todos os locais. “Não é apenas aqui na UnB que funcionários terceirizados estão sendo cortados. Acontece inclusive dentro da Câmara Federal. Estão demitindo gente que está próximo da aposentadoria. É muito difícil lidar com isso.”
Vitor, secretário geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UnB destaca a importância de docentes, estudantes e trabalhadores se unirem na luta. “Hoje a universidade pública está sucateada e tem risco de acabar. Isso tudo faz parte do plano de desmanche do ensino superior. A nossa posição enquanto estudante, enquanto DCE é estar lado a lado com os estudantes e com os trabalhadores contra qualquer precarização da universidade, em defesa do ensino público e gratuito de qualidade. Não podemos ser abalados pelas medidas do governo Temer. Devemos lutar todos os dias”, disse.
Meg Guimarães, diretora do SINPRO-DF reforça que esses ataques à educação não podem passar impunes. “Temos que iniciar imediatamente uma ampla campanha nacional em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. O que está em jogo no Brasil é muito mais que um golpe contra a classe trabalhadora. O que está em jogo é o desmonte dos serviços públicos. Para nós é uma questão de honra construir a mais ampla unidade de todos os segmentos para defender o patrimônio público. O golpe fica mais claro todo o dia. O golpe contra a classe trabalhadora”, destaca.
A Reitora da UnB, Márcia Abrahão defende que o papel da reitoria é o compromisso com a manutenção das condições de serviço da Universidade. “Todos nós temos nosso papel. Temos que ter em mente a missão institucional da UnB. Vamos tentar reduzir o máximo possível nossa despesa sem comprometer a Universidade. Mas as despesas com as empresas terceirizadas custam mais de 70% dos gastos da UnB. A opção dada pela administração foi a redução desse gasto. Infelizmente as empresas acabam optando por demissão”, afirma.
O SINTFUB lembra que o a reitoria não pode simplesmente reproduzir o discurso do MEC. Se trabalhadores estão sendo demitidos, a Universidade precisa parar. Nosso voto é pela defesa de nosso trabalho. Os técnicos administrativos devem ser respeitados. Hoje demitem os terceirizados. Sem luta, amanhã são estudantes e concursados prejudicados. A luta não termina aqui agora!
SINTFUB