Acompanhe o informes da CNSC sobre os impasses na implementação das conquistas da greve

CNSC discute impasses com o governo e reforça necessidade de unidade na defesa do PCCTAE e das conquistas da greve

A Comissão Nacional de Supervisão da Carreira (CNSC/MEC) retomou suas atividades presenciais em Brasília após meses de espera por retornos formais do governo. A reunião teve caráter de balanço e evidenciou a gravidade dos impasses envolvendo o Programa de Gestão por Desempenho, o Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) e, principalmente, o Grupo de Trabalho (GT) Cargos — um dos pontos centrais da pauta de carreira dos Técnico-Administrativos em Educação.

Desde dezembro de 2024, a FASUBRA aguarda manifestação do MEC sobre os decretos referentes ao GT Desenvolvimento. Em relação ao RSC, o governo informou que enviará um Projeto de Lei à Casa Civil, abrangendo diversas carreiras, mas sem prazo definido. A regulamentação do RSC deve ocorrer por decreto, cujo texto ainda não foi apresentado formalmente à CNSC.

Crise no GT Cargos expõe visão restritiva do MGI sobre o papel dos servidores técnico-administrativos

O tema mais tenso da reunião foi a análise da resposta informal enviada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) ao GT Cargos. O documento rejeita por completo a proposta construída coletivamente pela CNSC — que havia sido aprovada por unanimidade entre os representantes, exceto a bancada governamental.

A resposta do MGI chega a desconsiderar atribuições historicamente consolidadas nas Instituições Federais de Ensino, classificando os cargos atuais como “obsoletos” e questionando a legalidade da atualização de atribuições. O Ministério sustenta que atividades de pesquisa, extensão, planejamento, coordenação e gestão administrativa não pertencem aos TAEs, reduzindo sua atuação a tarefas meramente burocráticas. Além disso, propõe uma drástica redução no número de especialidades, o que inviabilizaria a complexidade do trabalho realizado nas universidades.

A postura é considerada um retrocesso inaceitável e contradiz frontalmente os compromissos assumidos pelo governo após a greve de 2024, que garantiu no acordo a revisão e valorização da carreira no PCCTAE.

A CNSC também reagiu a uma proposta alternativa do MEC, construída sem diálogo com a bancada sindical e igualmente distante das demandas da categoria. Diante disso, o GT Cargos terá até 15 dias para preparar uma resposta técnica e política em contraposição às posições do MEC e MGI.

Racionalização, Desenvolvimento e Estágio Probatório também entram na pauta

Os conflitos em torno do GT Cargos acabaram prejudicando os avanços esperados no GT Racionalização. Em paralelo, o MEC apresentou minutas relativas ao RSC, mas ainda não formalizou nenhum documento aos membros da CNSC. Também foi solicitado pela FASUBRA que seja marcada uma reunião específica sobre a Nota Técnica do MGI sobre Avaliação de Desempenho, considerada uma ameaça ao Decreto 5.825/2006.

Foram definidas ainda novas estruturas de trabalho: recriação dos GTs Cargos/Racionalização e Desenvolvimento, com prazo de 60 dias, revisão do Regimento Interno da CNSC e criação de um canal direto de comunicação com as Comissões Internas de Supervisão (CIS).

Pesquisa Nacional sobre o PGD será aplicada

Durante a reunião, foi apresentada a proposta de realização de uma pesquisa nacional sobre a implementação do Programa de Gestão por Desempenho (PGD) nas IFE. A iniciativa foi aprovada e deve ser aplicada imediatamente, com perspectiva mínima de 400 respostas para assegurar qualidade estatística.

A coleta de dados é considerada estratégica para subsidiar negociações futuras, especialmente diante das divergências entre MEC e MGI sobre o modelo de gestão.

Debate sobre o PNE e encaminhamentos finais

A reunião também incluiu uma análise das propostas de Emendas ao Plano Nacional de Educação (PNE 2024-2034), com foco no fortalecimento da universidade pública e do papel das trabalhadoras e trabalhadores da educação.

Sobre o reajuste dos benefícios, as entidades de base serão consultadas sobre a aceitação ou rejeição da proposta do governo, diante da insatisfação com os valores apresentados.

Unidade e mobilização para defender os direitos da categoria

A FASUBRA reforça que a postura do MGI e a falta de encaminhamentos formais por parte do MEC representam desafios sérios para a implementação das conquistas da greve de 2024 e para a consolidação de um PCCTAE que valorize, de fato, as servidoras e servidores das universidades.

Diante deste cenário, a unidade da categoria é fundamental. O enfrentamento às tentativas de esvaziamento das atribuições dos técnici-administrativos exige mobilização, participação nos debates, resposta às consultas nacionais — como a pesquisa sobre o PGD — e fortalecimento das ações coletivas conduzidas pela Federação.

A FASUBRA teve agenda com o Secretário-Executivo do MEC para tratar dos pontos pendentes do acordo de greve. O SINTFUB seguirá acompanhando todos os desdobramentos e informando a categoria.




Contagem para Audiência Pública: “a atual situação dos técnicos administrativos em educação da Universidade de Brasília (UnB)”

O SINTFUB e o CLG convocam toda a categoria para participar de uma Audiência Pública na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados sobre “a atual situação dos técnicos administrativos em educação da Universidade de Brasília (UnB)”.

A atividade é parte do calendário de mobilização da nossa greve em defesa dos 26,05%, contra o congelamento salarial, em defesa da Educação e pela valorização dos servidores técnico-administrativos em Educação Federal.

🗓️ 10 de junho, terça-feira
⏰ às 17 horas
📍 no Plenário 8 Anexo II da Câmara dos Deputados.

Participe!

10/6 na Câmara: Audiência Pública discutirá situação dos servidores técnico-administrativos da UnB




XXX Seminário Nacional de Segurança das Ifes discute carreira e luta contra a terceirização/privatização

Entre os dias 14 e 18 de outubro, servidores da carreira de Segurança Orgânica estiveram reunidos na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) para o XXX Seminário Nacional de Segurança das Ifes e EBTTs. Uma delegação de servidores(as) técnico-administrativos da UnB viajou até Recife para participar do evento .O Encontro acontece no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), no Campus Recife.

Abertura e análise de conjuntura 

O primeiro dia foi marcado por apresentação cultural do grupo de Afoxé Alafin OYÓ, além de um debate sobre a conjuntura política do país e o momento político em que nos encontramos, com discussões sobre o papel e os desafios colocados para os trabalhadores técnico-administrativos das Ifes.

Edmilson Rodrigues de Lima, Coordenador-Geral do SINTFUB, Diretor de Formação Sindical da FASUBRA e servidor da segurança, falou na abertura do XXX Seminário em defesa do papel da segurança orgânica com caráter democrático e acolhedor nas Universidades. Lima também denunciou a privatização e a terceirização, em defesa da Universidade pública de qualidade democrática, e comprometida com a sociedade brasileira. Lima também criticou a tentativa de aprovar o chamado “TAE substituto”, que aparece como uma vantagem, mas é um meio de enfraquecer a categoria e ampliar a terceirização. O vídeo com a fala está disponível no canal do SINTFUB no YouTube (acesse clicando aqui).

Mobilização pela carreira

Durante o evento, foram realizadas atividades em apoio à mobilização com paralisação nacional, exigindo o cumprimento do acordo de greve pelo governo, nos dias 15 e 16.

Marcelo Rosa e Daniel Farias, membros da Coordenação Jurídica e Relações de Trabalho da FASUBRA, participaram da mesa “Uma Visão Política e Jurídica Sobre Terceirização/Técnico Substituto X Concurso Público e Hora Ficta”. Marcelo Rosa, que também faz parte da CNSC (Comissão Nacional de Supervisão da Carreira), falou sobre a reestruturação da carreira e o acordo de greve da categoria, destacando que o XXX Seminário reúne uma parcela discriminada que “a partir de 1998 teve o cargo extinto, e tem um fazer não compreendido no processo de ensino pesquisa e extensão. O que reforça a necessidade de seus representantes estarem ativos no movimento, para garantir que seus fazeres, sua atuação no processo de ensino, pesquisa e extensão sejam compreendidos. Assim como a luta pela racionalização dos cargos, para que o processo atual de reestruturação do PCCTAE garanta uma carreira mais inclusiva”, disse.

O Evento também teve palestra com o deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade), sobre “Adicional por atividade de risco para vigilantes das Ifes e EBTTs” e sobre “Políticas Afirmativas” com o professor Ernani Ribeiro, diretor de Ações Afirmativas da UFPE; Ângela Maria de Lima Nascimento – assistente social – conselheira da Comissão de Ética; Palloma Trindade: advogada – Comissão de Igualdade Racial da OAB/PE Olinda.

No último dia, o tema em debate foi “Vigilância Tecnológica”, e teve como palestrantes: Guilherme Oliveira Santos, diretor de Tecnologia e Inovação; Ricardo Barbosa de Lima, secretário; Elias Magalhães da Silva, secretário adjunto, diretor de Integração Operacional, todos da Secretária de Promoção da Segurança e Direitos Humanos da Universidade Federal de Goiás.

 

Deliberações

Entre as deliberações do Encontro, foi aprovado que o XXXI Seminário Nacional de Segurança das Ifes será em Brasília, para tanto foram escolhidos quatro coordenadores gerais, sendo eles Edmilson Lima (UnB), Rejane (UFPB), Juscelino (UFRJ), Ribeiro (IFCE/IGUATUR).

O Plano de Lutas aprovado prevê a defesa de realização de concurso público, reorganização do GT-Segurança da FASUBRA nas bases das Universidades e Institutos, fortalecimento da participação na CIS (Comissões Internas de Supervisão do Plano de Carreira) e outros órgãos que discutem a carreira dos servidores técnico-administrativos em Educação.

Também foi aprovada uma moção de apoio à FASUBRA, em defesa da entidade representativa dos técnico-administrativos em Educação Federal nacionalmente, contra qualquer ataque à Federação.

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