20 de Novembro: Resistência, Memória e Luta

Em tempos de chacina, ameaças da direita e avanço da repressão, a resistência e a luta que este dia representa tornam-se mais necessárias e urgentes.

O 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares, tornou-se o feriado do Dia da Consciência Negra. Em 2025, além de homenagear Zumbi, também lembramos o centenário de Malcolm X, nascido em 19 de maio de 1965.

Celebrar o Dia da Consciência Negra significa reafirmar o compromisso com a memória, a reflexão e a contínua luta por políticas afirmativas que corrijam desigualdades e ampliem oportunidades. É lembrar que, 137 anos após a abolição da escravatura (13 de maio de 1888), e após séculos de diáspora negra, o antirracismo permanece como bandeira indispensável.

Mas este dia também é de luta e resistência de um povo que, escravizado, lutou por sua libertação e pelo reconhecimento e respeito à sua cultura, religiosidade diversa e humanidade. É luta por integração, direitos e igualdade em um país que só se tornará verdadeiramente de todos os brasileiros quando garantir justiça social. Exaltar Zumbi, guerreiro brasileiro, e Malcolm X, militante norte-americano que lutou “por todos os meios necessários” e foi covardemente assassinado, é lembrar que esta é uma luta internacional e de toda a classe trabalhadora. É reafirmar a solidariedade entre os povos oprimidos e a unidade de suas causas.

Como destaca a FASUBRA, nas Instituições Federais de Ensino, é urgente avançar em políticas de combate ao racismo, promoção da equidade, ampliação do acesso, permanência e valorização de servidores, estudantes e trabalhadores negros e negras.

O 20 de novembro de 2025 chega manchado de sangue. Desta vez, o sangue escorre não pelo chicote do senhor de escravo, mas pelas mãos da Polícia, que age como verdadeiro esquadrão da morte. Trata-se de uma guerra que não combate o crime organizado nem às drogas, mas serve para garantir lucros dos ricos e poderosos, das milícias (de farda ou sem farda) e do tráfico de drogas — um dos mercados mais lucrativos do sistema atual. As favelas são transformadas em bodes expiatórios de uma suposta política de segurança pública, que na prática significa repressão, assassinatos e retirada de direitos. Essa política se concentra nas comunidades pobres, mas visa conter a rebelião da classe trabalhadora diante dos ataques dos governos neoliberais e das ameaças imperialistas.

Neste contexto, também é preciso lembrar que a Reforma Administrativa, que ataca os direitos dos(as) servidores(as) públicos, ameaça políticas e serviços públicos essenciais para a população negra, especialmente mulheres negras. Elas são maioria nos trabalhos de menor remuneração e na informalidade, responsáveis pelo cuidado e dependentes de serviços públicos sucateados, que precisam ser de qualidade e acessíveis a todas e todos.

Portanto, este 20 de novembro é dia de resistência, luta, solidariedade entre os povos, igualdade, terra, emprego, moradia, fim da violência policial, liberdades e organização unificada dos povos oprimidos e da classe trabalhadora. Viva a luta do povo negro! Viva a resistência! Viva a luta organizada da classe trabalhadora e a solidariedade entre nós!

SINTFUB, 20 de novembro de 2025.






20 de novembro: Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data para a reflexão sobre a história e a luta da população negra no Brasil. A data foi estabelecida como feriado nacional pela Lei 14.759/2023, em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência contra a escravidão, que foi assassinado nesse dia em 1695. A escolha da data não é apenas uma lembrança do passado, mas um chamado à ação na luta contínua contra o racismo e pela promoção da igualdade racial.

Importância da Luta Anti-Racista

A luta anti-racista no Brasil é fundamental para enfrentar as desigualdades que persistem na sociedade. Apesar de os negros e pardos representarem mais de 50% da população brasileira, a discriminação racial ainda se manifesta em diversas formas, incluindo violência, desigualdade de oportunidades e exclusão social. A legislação brasileira estabeleceu o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e a reserva de cotas raciais em universidades e concursos públicos. Essas medidas visam garantir direitos e promover a inclusão, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

A Universidade de Brasília (UnB) foi pioneira na adoção de cotas raciais, aprovando o Plano de Metas para Integração Social, Étnica e Racial em 2003. O primeiro vestibular com vagas exclusivas para negros e indígenas foi realizado em 2004. São mais de 20 anos de cotas que possibilitaram uma mudança significativa na Universidade, colorindo a UnB, ampliando a possibilidade de acesso, embora a permanência continue sendo um desafio a ser superado todos os dias.  

A UnB mantém 5% das vagas para cotas raciais na graduação, independentemente da legislação vigente.

Celebração e Conscientização

O Dia da Consciência Negra não é apenas um feriado, mas uma oportunidade para celebrar a luta, a resistência pelo fim da escravização e opressão, e toda a contribuição da população negra à formação do Brasil. É um momento para refletir sobre os desafios enfrentados e reafirmar o compromisso coletivo na luta por justiça social e igualdade. A data convida todos nós a se engajar na promoção de uma sociedade mais justa, onde as diferenças sejam respeitadas e valorizadas.

O Dia da Consciência Negra nos lembra da importância de continuar a luta contra o racismo e pela equidade social. A conscientização sobre essas questões deve ser uma prioridade das entidades de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, uma luta comum de todos nós, não apenas neste dia, mas ao longo de todo o ano, para garantir que os direitos fundamentais de todos os cidadãos sejam respeitados e promovidos.