Trabalhadores terceirizados aprovam proposta de Acordo Coletivo/2016

Em assembleia realizada nessa terça-feira (13), os trabalhadores terceirizados do Distrito Federal, aceitaram, por unanimidade, a proposta apresentada pelo sindicato patronal referente ao reajuste salarial e de tíquete alimentação. Os reajustes fazem parte do Acordo Coletivo de 2016 e passam a vigorar em fevereiro.

A oferta dos patrões foi de reajuste salarial de 10,5% e aumento do tíquete alimentação de R$24 para R$27,50, acréscimo correspondente à inflação do período.

Para o assessor jurídico do Sindiserviços – sindicato que defende a categoria –, Jomar Moreno, o acordo significa o equilíbrio. “Não existem ganhos reais, porém, também não há perdas para os trabalhadores”, explicou o advogado.

Debaixo de chuva, a sensação dos dirigentes sindicais do Sindiserviços era de dever cumprido. “Se novamente a proposta fosse rejeitada pelos terceirizados do DF, o sindicato patronal entraria com ação de dissídio coletivo, ou seja, a Justiça do Trabalho se encarregaria de decidir a proposta final. Com isso, certamente, teríamos prejuízo”, afirmou Maria Isabel Caetano, presidenta do Sindiserviços.

Terceirizados da saúde e educação do DF continuam parados
Os trabalhadores terceirizados que prestam serviço de limpeza e conservação em escolas e hospitais públicos, além dos que são responsáveis pela merenda escolar, decidiram nessa terça-feira (12) continuar a greve iniciada no último dia 8 e fortalecida com mais adesões no dia 12. Eles estão sem o pagamento dos salários e benefícios referentes ao mês de dezembro.

Até o momento, não houve decisão oficial por parte das empresas Ipanema, G&E, Juiz de Fora e Dinâmica, que terceirizam os trabalhadores, quanto ao pagamento dos terceirizados, o que prejudica inúmeras famílias que dependem do salário para sobreviver. É o caso da trabalhadora Luciene Rodrigues, funcionária da empresa Ipanema, a única geradora de renda da família. “Tenho dois filhos pra criar, mas ponho nas mãos de Deus. Tudo tem juros: aluguel, cartão, todas as contas. E a gente tem que se virar”, diz. Os trabalhadores estão dispostos a continuarem com a greve, até que o problema seja solucionado.

O deputado distrital Chico Vigilante (PT) e a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) afirmaram que estão fazendo o possível para que as empresa paguem os trabalhadores.

Fonte: CUT Brasília




Sintfub continua pressão pela garantia do emprego dos terceirizados

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (19), os trabalhadores terceirizados da UnB, organizados pelo Sintfub, mostraram que estão dispostos a realizarem manifestações e paralisação caso haja ameaça de demissão com o fim dos contratos entre a Universidade e as empresas Planalto e Ágil. Em reunião realizada nessa segunda-feira (18) com o Sintfub e a CUT Brasília, o reitor da UnB, Ivan Camargo, afirmou que o objetivo da administração superior da instituição de ensino é garantir todos os postos de trabalho dos terceirizados dessas empresas.

Segundo Camargo, os quatro contratos firmados com a Planalto e a Ágil – que prestam serviço de manutenção, transporte e parques e jardins – foram renovados cinco vezes e, legalmente, esses serviços devem passar por nova licitação. Ele explica que ao invés de quatro, agora serão nove contratos que abrangerão os serviços prestados.

Durante a reunião, Ivan Camargo afirmou aos dirigentes sindicais que a maioria das licitações será finalizada ainda neste mês de janeiro. Com isso, os trabalhadores que estão de aviso prévio até a primeira quinzena de fevereiro não seriam prejudicados. Entretanto, o reitor da UnB fez a ressalva de que o contrato de manutenção de sistema elétrico e manutenção de sistema hidráulico, provavelmente, não terão a mesma agilidade.

“O Sintfub está levantando o número de trabalhadores terceirizados que se enquadram nas modalidades de manutenção de sistema elétrico e manutenção de sistema hidráulico, bem como nas demais. Teremos todos os números para podemos viabilizar não só a manutenção dos empregos, mas também a agilidade da recontratação de todos os trabalhadores. O Sintfub não vai permitir que nenhum trabalhador fique em casa esperando telefonema de empresa”, afirma o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes.

Garantia de emprego
Durante a reunião com o Sintfub e a CUT Brasília, o reitor da UnB, Ivan Camargo, afirmou que o corte de trabalhadores terceirizados será efetuado, mas só atingirá aqueles trabalhadores que estão em desvio de função, ou seja, realizam atividades de servidores de carreira.

De acordo com os números da própria administração superior da Universidade, cerca de 240 terceirizados se enquadram nesse perfil. O número corresponde ao corte de 20% dos terceirizados da UnB, já anunciados pela Universidade como uma exigência do Tribunal de Contas da União.

“A gente não vai permitir que nenhum trabalhador terceirizado que esteja em situação legal perca o emprego. Desde o início, estamos acompanhando este processo de perto e, se for o caso, realizaremos as ações necessárias para garantir nossos postos de trabalho. Sabemos que a UnB tem poder político para garantir o emprego de todos os terceirizados que prestam serviço a nesta Universidade, na maioria das vezes, há mais de 20 anos”, disse o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes.

Para o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, não há motivo para que nenhum terceirizado perca o emprego. “O reitor da UnB se comprometeu a garantir o emprego daqueles terceirizados que não estão em desvio de função. Agora, temos que ficar de olho nesses dois contratos que ele disse ser mais problemático. Vamos pressionar para que isso saia já do papel. A CUT está junto com o Sintfub e junto com os terceirizados da UnB e não pensaremos duas vezes na hora de engrossarmos atos, manifestações e paralisações, caso isso seja necessário”, se comprometeu o dirigente cutista.

Fonte: Sintfub



Planejamento diz que vai solucionar problema com a URP esta semana

Nessa sexta-feira (15), servidores técnico-administrativos da UnB levaram um susto ao conferir a prévia do contracheque deste mês: na relação, não constava o valor referente à URP. De acordo com o setor de pagamento da Universidade, o problema é técnico e será solucionado até o fechamento da folha de pagamento, que, normalmente, é feito até o dia 20 de cada mês.

Imediatamente após saber da ausência da URP no vencimento dos técnico-administrativos, a assessoria jurídica do Sintfub consultou a liminar do STF (Supremo Tribunal Federal) que garante o pagamento dos valores a todos os servidores, até o julgamento do mérito do processo. Na análise, a assessoria concluiu que não há qualquer alteração no documento e, portanto, é devido o pagamento da URP.

Diante disso, a diretoria do Sintfub consultou o setor de pagamento da UnB. Lá, a direção foi informada que trata-se de um problema técnico, mas que o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão garantiu que a questão será solucionada antes do fechamento da folha.

“O Sintfub está atento à questão e não permitirá que a categoria fique sem o pagamento da URP”, afirma o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes.




Trabalhadores terceirizados rejeitam contraproposta dos patrões

Por unanimidade, os trabalhadores terceirizados do Distrito Federal, reunidos em assembleia nessa quarta-feira (6), rejeitaram a oferta dos patrões quanto às reivindicações do Acordo Coletivo de 2016. A categoria realizará nova assembleia no próximo dia 13.

O Sintfub, que representa os trabalhadores terceirizados da UnB, participou da assembleia. “Precisamos pressionar os patrões para que consigamos garantir condições de termos uma vida melhor”, discursou o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes.

Para os trabalhadores, a contraproposta do sindicato patronal não contempla as necessidades da categoria. No documento enviado no início deste mês ao Sindiserviços, sindicato que representa os terceirizados do DF, os patrões ofereceram reajuste salarial de 5% e tíquete alimentação de R$28.

Entretanto, entre os pontos principais reivindicados pela categoria, estão o reajuste salarial de 15%, tíquete alimentação de R$ 35 e reajuste do piso salarial de R$ 952,22 para R$ 1.150, além da manutenção das clausulas sociais do acordo vigente.

Fonte: CUT Brasília e Sintfub




Sintfub cobra agilidade em contrato de serviços terceirizados

A comunidade universitária da UnB poderá ser prejudicada com a ausência de serviços prestados por trabalhadores terceirizados, essenciais ao funcionamento da Universidade. Isso por que contratos de manutenção, transporte e parques e jardins vencem em fevereiro. Para resguardar o bom funcionamento da UnB, o Sintfub se reuniu com a direção de terceirização da Universidade, nessa quarta-feira (6), e pediu agilidade na conclusão de novos contratos, além de, principalmente, exigir a garantia do emprego dos trabalhadores ligados às empresas prestadoras de serviço.

Cerca de 1,5 mil trabalhadores estão envolvidos nos serviços que deverão ser novamente licitados. De acordo com a Lei de Licitação, os contratos não poderão ser renovados, já que o tempo limite de permanência por renovação já foi atingido
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Segundo a diretoria de terceirização da UnB, os editais para a licitação nos novos contratos deverão ser publicados ainda essa semana. A repartição também afirmou que a expectativa é de que os trabalhadores sejam recontratados. Entretanto, não há garantia legal para isso.

“Como sempre fizemos, prezaremos pela manutenção do emprego dos trabalhadores terceirizados. A UnB, enquanto instituição democrática e progressista, deve atentar para isso na hora de publicar o edital”, afirma o coordenador do Sintfub, Mauro Mendes.

Limpeza
O contrato com o serviço terceirizado de limpeza da UnB, firmado com a empresa Apecê, vence no dia 16 deste mês. Entretanto, uma nova empresa já foi escolhida, através de licitação, para dar continuidade ao serviço. Todos os terceirizados do setor serão recontratados.

Fonte: Sintfub




Sintfub pressiona CAD a agilizar implementação de turno contínuo de trabalho

A última reunião do Conselho de Administração da UnB (CAD), realizado nesta quinta-feira (3), aprovou iniciativas importantes para dar andamento à implementação da jornada de trabalho de 6 horas diárias. As decisões foram tomadas devido à pressão do Sintfub e da categoria para que a pauta reivindicada há anos seja atendida.

Por decisão do CAD, a comissão responsável pela análise dos processos que solicitam a flexibilização da jornada foi reconduzida e formulará calendário de trabalho a partir de janeiro de 2016. Seis membros da comissão (sendo três suplentes) foram indicados pelo Sintfub, como representantes dos trabalhadores técnico-administrativos da UnB.

A comissão de análise dos processos de pedido da jornada de trabalho de 30 horas semanais não se reúne desde 2014. Com isso, todos os processos que tratam da questão estão parados, inclusive os favoráveis à mudança de horário na jornada de trabalho.




Sintfub trabalha para garantir paridade na consulta para reitor em 2016

Durante a 430ª reunião do Conselho Universitário (Consuni) da UnB, realizada na última sexta-feira (27), o reitor da Universidade, Ivan Camargo, se comprometeu a manter a paridade na consulta que indicará o próximo administrador máximo da UnB, em 2016. O tema é pauta que integra o Plano de Luta do Sintfub, deliberado no último congresso da categoria, realizado nesse mês de novembro.

Para que a paridade seja de fato cumprida e não caia no “esquecimento”, como foi o caso da jornada de trabalho de seis horas diárias, o Sintfub articula a construção de um documento conjunto com os demais representantes da comunidade universitária (professores e estudantes). No texto, será abordada a questão da importância da paridade na consulta a reitor, bem como em todos os espaços deliberativos da UnB, para que a Universidade cumpra, de fato, com o papel de propagadora da democracia.

“A pauta da paridade sempre foi um pleito dos servidores técnico-administrativos. É com ela que poderemos traduzir melhor a voz que ecoa nesta Universidade. Abrir mão da paridade é abrir mão de uma UnB equânime”, avalia o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes.

O que diz a lei
Pela lei atual, promulgada por Fernando Henrique Cardoso, a indicação para reitor e vice-reitor das universidades federais deve ser feita a partir de consulta à comunidade universitária. Nessa consulta, o voto dos professores tem peso de 70% do total de votos. Entretanto, com o pressuposto da autonomia universitária, o reitor pode adotar o sistema paritário, onde os votos dos professores, técnico-administrativos e estudantes têm o mesmo peso.

Após a consulta, os três nomes mais votados são encaminhados à Presidência da República, que não é obrigada a nomear o candidato que teve maior aprovação. Entretanto, convencionalmente, o presidente segue o resultado da consulta realizada junto à comunidade universitária.

Apesar da lei, duramente combatida pelas entidades representativas dos técnico-administrativos em educação, a maioria das universidades federais adota o voto paritário na consulta para reitor.




Retirada do convite para a festa de confraternização do Sintfub começa nesta quarta (2)

No dia 11 de dezembro, o Sintfub realizará a tradicional festa de confraternização de fim de ano, no Centro Comunitário Athos Bulcão da UnB, a partir das 12h. Como a participação dos sindicalizados é maior a cada ano, a retirada dos ingressos foi antecipada e começará nesta quarta-feira (2).

Os ingressos são individuais e podem ser retirados na sede do Sintfub, em horário comercial. Basta ser associado ao Sindicato e levar documento de identificação. Os técnico-administrativos lotados no HUB poderão retirar o ingresso para a festa na subsede do Sindicato.

Como nos anos anteriores, a festa de confraternização de fim de ano 2015 do Sintfub reserva muita alegria. Ao som da boa música brasileira, os associados almoçarão churrasco e colocarão a conversa em dia. Também haverá sorteio de brindes e, claro, muita animação.




XVIII Consintfub aprova Pauta e Luta para o próximo período

No último dia do XVIII Consintfub, realizado nesta quinta-feira (19), os delegados e delegadas que representaram os técnico-administrativos em educação da UnB aprovaram a Pauta de Luta da categoria para o próximo período, elegeram o Conselho Fiscal do Sintfub e aprovaram moções de repúdio contra temas atuais internos e nacionais.

O Congresso ainda ratificou a prorrogação do mandato da atual direção do Sintfub, já que a greve da categoria, que durou mais de 130 dias, inviabilizou o processo eleitoral. Com isso, a eleição da nova diretoria, que seria feita em novembro deste ano, será feita nos dia 13 e 14 de abril.

Pauta de Luta
A Pauta de Luta dos trabalhadores técnico-administrativos da UnB é ampla e representativa, contemplando não só os trabalhadores de carreira ativos, mas também os aposentados e pensionistas, além dos trabalhadores terceirizados.

Ainda entraram na pauta da categoria questões como combate a qualquer tipo de assédio e opressão no ambiente de trabalho e a luta intransigente contra o preconceito de raça, gênero e orientação sexual. Veja alguns pontos:

Pauta interna

– Implantação imediata da jornada de trabalho de 30 horas semanais, sem desconto de salário e sem ponto eletrônico;
– Manutenção da paridade no processo de escolha nas eleições para reitor e vice-reitor;
– Democratização na definição das funções de direção e chefias na UnB;
– Mais espaço de participação dos técnico-administrativos nas decisões da instituição por meio dos órgãos deliberativos e colegiados superiores rumo a paridade nessas instâncias;
– Realização do Congresso Estatuinte Paritário;
– Contra a instituição do Conselho Diretor da FUB;
– Pela revogação da Ebserh, contra a cessão obrigatória dos servidores do RJU do HUB à empresa; contra o assédio moral e pela garantia dos trabalhadores do RJU no HUB, com mesmos direitos dos demais trabalhadores da universidade
Pauta geral (campanhas da classe trabalhadora)

– Fim da criminalização dos movimentos sociais;
– Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário;
– Fim da criminalização dos movimentos sociais;
– Contra a retirada de qualquer direito trabalhista garantido;
– Fim do pagamento dos juros e amortizações da dívida para os grandes banqueiros e especuladores; suspensão do pagamento da dívida externa; atendimento das necessidades da população ao invés de superavit primário

Funcionalismo

– Definição de data-base para 1º de maio;
– Política salarial permanente para o setor público;
– Retirada de projetos de lei, medidas provisórias e decretos contrários aos interesses do setor público;
– Paridade total entre ativos, aposentados e pensionistas

Fasubra

– Contra a privatização dos serviços públicos, principalmente Saúde e Educação;
– Combate contra todo tipo de violência e todo tipo de assédio no serviço público;

Terceirizados

– Contra perseguições a trabalhadores terceirizados;
– Fiscalização permanente, por parte da UnB, das condições de trabalho;
– Criação de cursos de capacitação;
– Garantia da manutenção do exercício empregatício dos trabalhadores na UnB após mudança de contrato entre a FUB e empresa contratada

Aposentados e pensionistas
– Contra qualquer iniciativa do governo que prejudique a categoria,
– Criação de comissão para acompanhamento dos processos de insalubridade ativo e aposentado;
– Isenção do imposto de renda para o aposentado por invalidez; Implementação de mais politicas públicas voltadas para o idoso na área de saúde, habitação, lazer,turismo, transporte e educação
O Plano de Luta completo será disponibilizado no site do Sintfub após ser sistematizado.

Conselho Fiscal
O Conselho Fiscal, composto por seis membros, foi eleito por unanimidade no XVIII Consintfub. O grupo foi proposto por chapa única, com duas indicações de cada grupo político presente no Congresso.

O mandato do Conselho Fiscal será de 2016 a 2017. Os integrantes do grupo fiscalizarão as contas do Sintfub no biênio e encaminharão a análise ao Conselho de Representantes, que validará ou não o estudo do Conselho.

Moções de repúdio

Os delegados e delegadas do XVIII Consintfub também aprovaram moções de repúdio no último dia do Congresso.

Um deles é contra as demissões de trabalhadores terceirizados ligados a empresas que prestam serviço à UnB. Nos últimos dois anos, cerca de 500 trabalhadores deste setor perderam seus empregos. A justificativa da reitoria da UnB é de que, com o corte na Educação, é necessária a redução dos contratos com as empresas.

Também foi aprovada moção de repúdio ao crime cometido em Mariana (MG), com o rompimento de barragem da mineradora Samarco que inundou de lama todo distrito de Bento Rodrigues e matou, até agora, oito pessoas. Ainda há vários desaparecidos.

Outra moção de repúdio combateu a violência ocorrida durante a Marcha das Mulheres Negras, no dia 18 de novembro, em Brasília, quando manifestantes que pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, acampados em frente ao Congresso Nacional, dispararam armas de fogo em meio à manifestação.

Ainda foi aprovada moção de repúdio contra o racismo institucional protagonizado por uma professora do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação Sobre as América, vinculado ao Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia.

Outros temas como a retirada do trabalhador Chiquinho da Livraria da UnB e outros trabalhadores, de quiosques no espaço da UnB, além da transferência do Diseg para o prédio da Fubra também foram repudiados pelos delegados e delegadas do XVIII Consintfub.

O XVIII Consintfub foi realizado de 17 a 19 de novembro, no auditório 3 da Faculdade de Ciências da Saúde. Este foi o Congresso mais participativo da história dos técnico-administrativos da UnB, com a inscrição de 211 delegados e delegadas, sendo 12 observadores.




UnB se distancia da universidade necessária idealizada por Darcy Ribeiro

A Universidade de Brasília, pensada por Darcy Ribeiro para contribuir na constituição de uma sociedade mais solidária, mais livre, mais humana, mais democrática, mais justa e mais rica, se tornou uma “organização social e
econômica, onde o ser humano passa a ser contabilizado monetariamente”. A afirmação é da professora Sônia Salles Carvalho, diretora da Diversidade da UnB, durante o segundo dia do XVIII Consintfub, realizado nesta quarta-feira (18), na Faculdade de Ciências da Saúde.

Segundo ela, hoje a UnB (e a maioria das universidades federais) é “um reflexo de uma sociedade individualista e está conjugada com um programa neoliberal, onde tudo passa a ser número e estatística”. “A universidade atual não tem espaço para a diversidade, é um sistema monolítico. Basta olhar os temas de investigação que os alunos trazem. Tem temas que, muitas vezes, não encontra nenhuma linha de pesquisa que o adote”, exemplifica.

Consequência do distanciamento de uma universidade que preze pelos valores sociais, dialoga a docente, está o abismo imposto entre a significância do professor e do técnico-administrativo. “A UnB tem uma relação entre
professores e servidores muito ruim, pior que as outro oito universidades que eu passei”, conta Sônia Carvalho.

Nascem dessa diferenciação baseada no modelo de opressão e oprimido os inúmero e recorrentes casos de assédio moral relatados por técnico-administrativos da UnB.

Para o professor Marcos Vinícius Soares Siqueira, da FACE/UnB, o assédio moral é intensificado por “uma crise de solidariedade muito grande vigente nos sistemas modernos”. “A gente olha só para o nosso próprio umbigo”, diz. Ele
explica que o assédio moral é toda postura de poder que coloque em xeque a saúde psicológica ou física de uma pessoa.

Além da relação de poder, o assédio moral também é causado por questões de raça, sexualidade, gênero, religião. Para a cientista política Dalila Noleto, isso pode ser justificado pela “construção do outro feita a partir de quem eu sou”. “Temos que penar no outro como ser completo, com direitos, sendo cidadãos, independente de qualquer coisa”, afirma.

De acordo com a professora Sônia Salles Carvalho, diretora da Diversidade da UnB, as atuais ações da UnB para manter o espaço universitário democrático são “insuficientes e têm carência de aplicabilidade e monitoramento”. “O impacto disso é o desencanto e adoecimento no trabalho, a perda de quadro de pessoal qualificado, o pouco engajamento coletivo para o bem comum, o aumento do índice de assédios e violências de toda ordem, a insegurança”, lista.

O tema é de necessário debate dos técnico-administrativos da UnB. Durante as falações feitas após as exposições dos palestrantes, os trabalhadores relataram várias experiências de assédio moral no ambiente de trabalho e o descontentamento com a política atual adotada para gerir a UnB, tornando-a, segundo eles, “um instrumento de opressão”.

O XVIII Consintfub começou nessa terça-feira (17) e termina nesta quinta-feira (19), com aprovação do Plano de Lutas que norteará as ações do Sintfub no próximo período.




Procurador da República diz que Ebserh é afronta frontal à Constituição Federal

Nos debates da parte da manhã do segundo dia do XVIII Consintfub, realizado nesta quarta-feira (18), a ideia de gestão dos Hospitais Universitários pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh foi amplamente rechaçada pelo Procurador da República no DF, Peterson de Paula Pereira. Para ele, a adesão de uma empresa que tem finalidade lucrativa para a gestão da saúde pública é “uma afronta à Constituição Federal”.

A afirmação do procurador se baseia no artigo 196 da Constituição Federal, que prevê: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Peterson de Paula Pereira explica que o serviço prestado pela Ebserh trabalha na lógica privada, apresentando uma privatização de maneira diferenciada da adotada nos anos 1990, mas prejudicial da mesma forma para o serviço público e a sociedade.

“Começa com essa ideia de salvação: chegam os gestores, oferecem uma série de vantagens. No primeiro momento, isso pode ser até possível, mas isso não é suficiente. É preciso afirmar o papel do Estado diante da saúde pública. A missão dos HU’s só se materializará se tiver gestão pública”, afirma o Procurador da República no DF.

Pereira é autor de ação civil pública que afirma que a Ebserh viola a autonomia universitária. A ação foi negada na primeira instância, mas o Ministério Público ainda não recorreu da decisão. O questionamento quanto à legalidade da Ebserh também está no Supremo Tribunal Federal. Para o procurador, é essencial que a Corte se posicione quanto a isso.

Ainda no debate da manhã desta quarta-feira (18), durante do XVIII Consintfub, a dirigente da Fasubra, Eurídice Ferreira de Almeida, afirmou que é imprescindível a atuação constante de todos os técnico-administrativos em educação pela defesa dos HU’s e da saúde pública. “Conclamo para o compromisso com essa luta. Sem isso, vamos continuar acumulando perdas”, avalia.

Financiamento do SUS
Com a Emenda Constitucional 86, promulgada pelo Congresso neste ano, o Sistema Único de Saúde teve uma perda de investimento orçamentário milionária. Para a assessora técnica do Conselho Nacional de Secretarias Municipais – Conasem, Blenda Pereira, a EC 86 é uma “tragédia” e intensificará os problemas de superlotamento, falta de insumos e medicamentos e até de mão de obra nos hospitais público. O tema fez parte da primeira mesa do segundo dia do XVIII Consintfub, nessa quarta-feira (18).

“Só com a mudança de metodologia proposta pela Emenda Constitucional 86, houve perda de R$ 3 milhões para a saúde pública”, afirmou Blenda Pereira. Ela explica que, em 2015, foi investido no SUS 13,9% da receita corrente líquida. Com a emenda, em 2016, serão investidos apenas 13,2% da receita corrente líquida.

Dados de 2014 do Conasem mostra que, no ano, o SUS atendeu 200 milhões de brasileiros, realizou 4,1 bilhões procedimentos ambulatoriais, 11,4 milhões de internações, 19 milhões de procedimentos oncológicos e foi responsável pela movimentação de 98% do mercado de vacinas. Apesar da evidente importância do SUS para a saúde dos brasileiros e brasileiras, a técnica do Conasem, Blenda Pereira, diz que o êxito do sistema dá “sinais de estagnação”. “O subfinanciamento do SUS retarda sua evolução e ameaça sua estabilidade. O colapso do SUS colocará em risco a saúde dos brasileiros que dele dependem diretamente e indiretamente”, afirma.

Para ela, uma das formas de pressionar um maior investimento do SUS é “estimulando e mobilizando lideranças a atuarem junto ao governo federal e ao Congresso Nacional para reverter o processo de desconstrução do SUS, além, claro, da garantia de financiamento suficiente e estável para a saúde e da efetivação do SUS como política de Estado”.

O XVIII Consintfub é realizado no auditório 3 da Faculdade de Ciência da Saúde da UnB. Qualquer pessoa poderá acompanhar os debates. O Congresso, iniciado nessa terça-feira (17), termina nesta quinta-feira (19).




Reitoria da UnB emperra implementação da jornada de 30 horas

A jornada de trabalho de 30 horas semanais é uma luta histórica dos técnico-administrativos da UnB e da maioria das demais universidades do Brasil. Entretanto, se depender da reitoria da Universidade de Brasília, o pleito da categoria será soterrado pela falta de vontade política. O tema foi abordado no terceiro painel do XVIII Consintfub, iniciado nesta terça-feira (17).

Apesar de a jornada de trabalho de 6 horas diárias ser uma das promessas de campanha do reitor da UnB, Ivan Camargo, ele faz vista grossa à autonomia universitária e afirma que a flexibilização da jornada de trabalho depende da vontade dos órgãos de controle externos da UnB. Ele chegou a afirmar em entrevista para jornal de grande circulação que, com essa pauta, os técnico-administrativos só poderiam estar “em outro mundo”.

Na prática, ao invés de dar prosseguimento à implementação da jornada flexibilizada em toda Universidade, ele retirou dos locais que já haviam adotado o sistema. “Havia setores que já faziam as 30 horas há mais de 10 anos”, disse a técnica-administrativa Socorro Marzola, que debateu o tema das 30 horas no painel desta terça-feira do XVIII Consintfub.

Ela ainda critica a vinculação de uma suposta flexibilização da jornada de trabalho para seis hora diárias à fiscalização de assiduidade dos trabalhadores por ponto eletrênico. “A legislação diz que o controle de frequência pode ser feito por ponto eletrônico ou folha de ponto, mas a reitoria decidiu que seria ponto eletrônico. Um absurdo!”, denuncia.

Para Socorro Marzola, a luta pela jornada de trabalho flexibilizada “tem que ser prioridade”. “Temos que discutir com as demais universidades que já garantiram o sistema, mas, principalmente, fazer com que toda a comunidade universitária vejam a importância do funcionamento da universidade em horário integral, o que só é possível com a flexibilização da jornada”, afirma.

A servidora ainda denunciou que a comissão responsável pelo andamento da análise dos processos de pedido de flexibilização enviados pelos setores da UnB estão parados. “A reitoria não convoca a comissão, apesar de já termos indicado o nomes”, denuncia.

Jorge Luiz Fernandes, da Fasubra – federação que representa os técnico-administrativos em educação -, que também participou do painel do XVIII Consintfub, lembra que “ao longo da história, foi analisado e comprovado que é
preciso trabalhar menos para poder viver mais”. “Eu quero as 30 horas por que eu quero viver”, diz.

O XVIII Consintfub segue com a programação nesta quarta (18) e quinta-feira (19). Ainda serão abordados temas como carreira, terceirização do serviço público, opressão e assédio moral. O Congresso é realizado no auditório 3 da Faculdade de Ciência da Saúde da UnB.