Com quase 12 mil mortos por Covid-19 no País, Bolsonaro quer reabrir academias

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O número de mortes em decorrência das complicações da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, e de pessoas contaminadas não para de crescer. O mundo registra, nesta terça-feira (12), 4.210.074 casos e 287.158 mortes. Mesmo países que adoraram com sucesso o isolamento social, voltaram a registrar casos com a redução das restrições, como a Alemanha.

No Brasil, onde a dificuldade de manter as pessoas em quarentena é grande, em especial por causa de boicotes do presidente Jair Bolsonaro, sua base aliada e seus seguidores, além de parte do empresariado, o número de mortos chega a 11.701 e já são mais de 170.021 pessoas contaminas em todo o país.

Com a curva em alta, Bolsonaro aprontou mais uma. Sem o aval do ministro da Saúde, Nelson Teich, que foi surpreendido na coletiva de imprensa nesta segunda-feira (11) com a medida, editou um decreto em que considera  atividades de salões de beleza, barbearias e academias de esportes na lista de “serviços essenciais”.

A reação de governadores de vários estados foi imediata. Vários se posicionaram contra a inclusão dessas atividades na lista de “serviços essenciais”, conforme decreto editado por Bolsonaro e publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), nesta terça-feira (12).

Os governadores da Bahia, Ceará, Maranhão, Distrito Federal, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Sergipe afirmaram que não irão seguir as novas diretrizes. Já o de São Paulo, disse que vai analisar.

O decreto do presidente sem nenhuma base cientifica, ocorre justamente no momento que vários estados do país chegam ao pico da doença. Pelo menos quatro hospitais municipais de São Paulo já chegaram a 96% de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nesta segunda-feira (11).

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do estado, os hospitais do Jabaquara, na Zona Sul, Itaquera e Mooca, na Zona Leste, e Pirituba, na Zona Norte, já estão operando com a capacidade máxima. Em toda a capital paulista, a média de ocupação é de 83%.

O número de mortes e os casos confirmados de Covid-19 aumentaram no estado de São Paulo nos últimos 15 dias, enquanto isso, o isolamento social permaneceu sempre abaixo dos 50% durante os dias úteis. O ideal seria 70%.  O governo de João Doria (PSDB), que não descarta o lockdown, confinamento obrigatório, atribuiu a piora nos índices à queda na adesão à quarentena.

O estado de São Paulo chegou nesta segunda-feira (11) à marca de 3.743 mortes causadas pela Covid-19 e 46.131 casos confirmados da doença, número 5,4 vezes maior que o registrado um mês atrás.

Segundo estado mais afetado pela pandemia, no Rio de Janeiro entraram em vigor nesta terça-feira (12) medidas restritivas de circulação impostas em bairros para combater o avanço do novo coronavírus na cidade. Em toda a orla da praia, que vai do Leme ao Pontal, o estacionamento só será permitido para moradores.

Nas áreas centrais do Grajaú, Madureira e Santa Cruz, a prefeitura restringiu a circulação de pedestres e veículos, será permitido que apenas moradores e funcionários circulem. As áreas serão isoladas por grades até a próxima sexta-feira (18).

O governador Wilson Witzel, recomenda que prefeitos avaliem adoção de lockdown e medidas mais rigorosas de isolamento social contra o coronavírus. O decreto foi publicado numa edição extra do Diário Oficial desta segunda-feira (11). O estado tem 1.770 mortes, 17.939 casos, 11.654 recuperados e 849 óbitos em investigação.

Norte Nordeste

No terceiro dia de lockdown, Fortaleza registrou feiras livres em diferentes pontos da cidade. Bancas, pontos de comércios não essenciais foram registrados funcionando em vários pontos da cidade.

O Ceará registrou 1.228 mortes por Covid-19, além de 17.879 casos da doença confirmados, até as 9h55 desta terça-feira (12).

Em Manaus, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) ajuizou, nesta segunda-feira (11), o Agravo de Instrumento pedindo lockdown na capital amazonense, ou seja, bloqueio total de circulação de pessoas.

No Amazonas, já são mais de 12,9 mil casos confirmados e mais de mil pessoas infectadas pelo vírus não resistiram. Mesmo com os altos números de contágio, o índice de isolamento social no estado segue em queda.

 

 

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