Mais de cinco mil pessoas participaram da Paralisação Nacional da Educação, convocada pela CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, e do #Tsunami13, organizada pelos três segmentos da UnB em protesto contra os cortes de recursos da educação, o programa Future-se, a reforma da Previdência e a precarização da legislação do trabalho.
Avalição da CNTE indica que o Dia Nacional de Paralisação dos Educadores e Educadoras de todas as escolas públicas do país, nos mais de 5.500 municípios, em defesa da educação e da aposentadoria, foi um sucesso em Brasília e no país. Em Brasília, a marcha da educação foi organizada pelo Sindicato dos Professores.
O #Tsunami13A na Esplanada dos Ministérios esteve repleta de estudantes, professores, técnico-administrativos e lideranças sindicais e sociais. Pela terceira vez, o Sintfub, a Adunb, a UNE e centros acadêmicos fizeram do centro político do Brasil palco de gritos de guerra contra as medidas tomadas pelo governo Bolsonaro em relação à educação e a dignidade dos trabalhadores.
O protesto ganhou mais força com a adesão da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, organizada pela APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. O evento teve como tema “território: nosso corpo, nosso espírito” e atraiu cerca de 2 mil mulheres indígenas. E teve por objetivo defender os direitos dos povos indígenas e a demarcação de suas terras e respeito e valorização da sua cultura.
O #Tsunami13A tomou conta do país. Mais de 200 cidades tiveram manifestações, com a presença estimada de mais de 2 milhões de brasileiros, principalmente da juventude.
Durante o ato a coordenadora das Mulheres do Sintfub, Alessandra, ressaltou a importância da população estar unida neste momento e lutar contra a reforma da Previdência e a privatização do Estado. Em relação à UnB, ela disse que o projeto Future-se, está mais para Fature-se com a educação pública, pois fere a autonomia universitária e a educação pública superior gratuita.
Ao condenar a precarização do ensino público, Gabriel Magno, diretor da CNTE, afirmou que a privatização não é a solução. “É preciso investimentos públicos conforme institui a Constituição”, disse.
Na opinião de Edmilson Lima, coordenador-geral do Sintfub, o projeto Future-se destrói o sentindo de Nação que foi construído durante décadas, com investimento no ensino, pesquisa e extensão. Para ele, o ato serviu para marcar o dia de defesa da universidade pública, democrática, gratuita e de qualidade.
O país todo o país todo viu os atos contra o bloqueio das verbas orçamentárias das universidades e institutos federais, contra o projeto de privatização do ensino público superior apresentado com o nome de “Future-se”. A paralisação foi também tema dominante na mídia brasileira e até internacional que registrou a insatisfação da educação e dos povos indígenas com as medidas do atual desgoverno.
Desde o começo do ano, a pasta da Educação já sofreu R$ 6,1 bilhões em bloqueios, de um orçamento total previsto de R$ 25 bilhões. O corte mais recente foi de R$ 348,4 milhões, recursos que custeariam a produção, aquisição e distribuição de livros e materiais didáticos para a Educação Básica. Os recursos da educação foram desviados pelo governo para pagar emendas dos parlamentares que votaram a favor da retirada de direitos na reforma da Previdência.