De olho no processo eleitoral e percebendo o tamanho do seu desgaste nas pesquisas, Bolsonaro tenta desviar o foco dos seus três anos e meio de desmandos na Presidência da República com ações populistas.
A ação do momento de Bolsonaro, iniciada no Senado e já em tramitação na Câmara, foi resgatar um projeto dos tempos do governo Getúlio Vargas, a PEC Emergencial. O pacote de “bondades” tem inegável relevância se for tratado como Política Permanente de Estado, no entanto ele só terá validade até dezembro de 2022, demonstrando sem nenhum puder que o caráter do texto é meramente eleitoreiro.
A PEC prevê a ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400,00 para R$ 600,00, aumento do vale gás para um botijão a cada dois meses e criação de um vale combustível para caminhoneiros de R$ 1.000,00. Além disso, outros benefícios foram incluídos como auxílio taxista, Alimenta Brasil e compensação da gratuidade para idosos nos Estados.
A PEC é, sem dúvidas, um drible na legislação eleitoral e também na Constituição, uma vez que o Governo Federal e seus aliados ampliarão o Teto de Gastos (defendido por eles próprios, mas duramente criticado pelo SINTFUB e pela Fasubra, desde a sua aprovação em 2016) e acabarão com a Lei de Responsabilidade Fiscal justamente durante o processo eleitoral deste ano. Serão cerca de R$ 41,2 bilhões utilizados pela União para pagar a conta da PEC Emergencial.
Com esse movimento, Bolsonaro busca atrair o eleitorado em situação de vulnerabilidade e, por outro lado, acalmar parte de sua base (caminhoneiros) e manter a estrutura dorsal de seu projeto de armar a população. Essa política do governo, mais uma vez, acende o sinal de alerta dos servidores públicos federais, que durante toda a campanha salarial sofreram com o discurso que dizia não poder pagar a recomposição salarial porque “romperia o teto de gastos e aumentaria a inflação”.
O governo demonstrou que age apenas no interesse de ser reeleito e não no de atender a população e a classe trabalhadora.
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Baixe aqui o ID da Fasubra Sindical de 1º de julho de 2022, com a avaliação da Federação sobre a conjuntura política e o congelamento salarial dos servidores públicos.