Em plena pandemia, quando a população mais necessita dos serviços públicos e, em especial, da saúde pública, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra o Hospital Universitário de Brasília (HUB), vem tomando iniciativas que vão na contramão das demandas da sociedade.
De maneira incompreensível, o setor de cardiologia do HUB foi desmontado e a Unidade de Bloco Cirúrgico e Processamento de Material (UBCPM) foi terceirizada. Essas ações, além de reduzirem significativamente a qualidade dos serviços prestados aos pacientes do HUB, prejudicaram os servidores do Hospital, que ficaram sem seus postos de trabalho.
Ambas as decisões foram tomadas de maneira unilateral pela Ebserh, sem nenhum diálogo com os trabalhadores envolvidos e nem com o SINTFUB.
Lotação dos servidores
Tanto na cardiologia, quanto na UBCPM, após o desmonte e terceirização destes setores, houve um descaso da Ebserh na realocação dos trabalhadores.
No caso mais antigo, do desmonte da cardiologia, os servidores ficaram desamparados, à mercê da irresponsabilidade da Ebserh, que não fez as realocações de maneira adequada, desrespeitando a especificidade técnica e laboral de cada trabalhador.
Já no caso mais recente, da terceirização da UBCPM, os servidores forem informados na última sexta-feira (17/12) que o setor só funcionaria até a terça-feira desta semana (21/12), sem que a Ebserh demonstrasse nenhum esforço pela realocação adequada dos trabalhadores em novos postos de trabalho e deixasse isso sob responsabilidade de cada servidor.
No momento, os trabalhadores da UBCPM estão, desde ontem (22/12), literalmente no limbo: sem saber onde vão trabalhar e sem nenhum esclarecimento da administradora do HUB.
Pânico e desolação
Um dos principais complicadores para a realocação dos servidores tem sido as mudanças de horários. A Ebserh, de maneira unilateral, procura impor aos realocados mudanças de turno do diurno para o noturno e vice-versa. O problema reside na questão de que muitos profissionais da área de saúde possuem outros empregos e não têm possibilidade de trocar o horário de expediente.
Além disso, a situação de ter que procurar por imposição um novo posto no HUB já é, por si só, desoladora. O pânico tem tomado conta de muitos servidores, causando inclusive adoecimentos que são inerentes das práticas assediosas no ambiente de trabalho.
Ação do SINTFUB
O sindicato conversou sobre a situação com a gestora do HUB e representante da Ebserh, Elza Ferreira Noronha, conseguindo dela a garantia de que os processos de realocação respeitarão a especificidade dos profissionais envolvidos.
Dada a gravidade da situação, acompanharemos de perto o caso e cobraremos a responsabilidade da Ebserh em fazer a realocação da cardiologia e da UBCPM – que é função dela, não dos servidores -, com respeito aos horários de trabalho possíveis de serem aceitos por cada pessoa.