O processo de escolha dos presidentes do parlamento, realizado no dia 1º de fevereiro, elegeu para a Câmara o deputado Arthur Lira (PP-AL) e para o Senado o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Para garantir a vitória de seu candidato na Câmara, Bolsonaro se utilizou da “velha política” de liberação de verbas, “cooptando” apoio dos parlamentares. Em palavras mais diretas, o Governo Federal despejou verbas para comprar os votos de deputados!
Com a vitória de Lira na Câmara e de Pacheco no Senado, e a composição majoritariamente fisiologista que compõe o parlamento, o governo Bolsonaro tem a possibilidade de encaminhar a votação das pautas de seu interesse, além de criar um racha no DEM, que se aliou definitivamente ao bolsonarismo em troca de cargos no governo.
A eleição de Lira para a Presidência da Câmara estreitou as relações entre Bolsonaro e os parlamentares do Centrão, voltando às origens. O Centrão foi o espaço no qual Bolsonaro atuou durante seus quase 28 anos como deputado federal.
Esse reencontro com o Centrão se dá em um patamar onde ele se tornará refém das políticas desses parlamentares, para que eles segurem os pedidos de impeachment protocolados na Câmara. Em meio de diversas denúncias, como as mortes causadas pela pandemia da COVID-19, a lentidão na compra de vacinas para imunização da população, gastos com cartão corporativo e as nomeações de secretários exonerados (como a indicação de José Vicente Santini para a Secretaria Executiva da Presidência), o governo segue na lógica negacionista e tenta criar uma narrativa para manter seus índices de popularidade.
A falta de planejamento de Bolsonaro para enfrentar a crise sanitária, fez com que o Brasil ultrapassasse o número de mais de 230 mil mortes causadas pela COVID-19. Paralelo a isso, o Presidente tenta construir uma proposta de auxílio emergencial para atender metade dos trabalhadores que eram atendidos em 2020, recebendo um terço do valor (R$ 200,00).
O Presidente da Câmara anunciou que colocará para ser avaliada nesta semana, na Comissão de Constituição e Justiça, a proposta da Reforma Administrativa (PEC 32/2020) encaminhada ano passado pelo Governo Federal.
Na contramão desse processo, os movimentos sindicais e sociais iniciaram 2021 com uma agenda bastante movimentada. A construção da Jornada Nacional de Lutas do Fonasefe, com carreatas espalhadas por todo o Brasil, além do ato realizado pelo Fonasefe em Brasília-DF em 01/02, deram a tônica para avançar numa agenda unificada para esse ano.
Essa é a linha política em que a Direção Nacional da Fasubra tem atuado, buscando junto às entidades que compõem o Fonasefe a organização de um calendário de mobilização, campanhas de mídia contra as Reformas, construção e organização de Frentes e fóruns estaduais para barrar os avanços do governo.
A Direção Nacional da Fasubra tem se reunido com diversas entidades do serviço público e participado de plenárias nacionais junto às Centrais Sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda para construir ações concretas de enfrentamento às políticas do governo.
A Direção Nacional da Fasubra também realizou uma Reunião do Pleno nos dias 4 e 5 de fevereiro e deliberou que:
- acompanhará atentamente, nesse período, o retorno das atividades no parlamento;
- fará a retomada dos plantões de forma virtual;
- construirá uma política conjunta com o Fonasefe;
- implementará as campanhas já aprovadas nas últimas Plenárias Nacionais;
- acompanhará as reuniões das Frentes e dos movimentos sociais;
- realizará uma Plenária Nacional nos dias 11, 12 e 13 de março.
Além disso, a Fasubra também orienta os seus sindicatos filiados a participarem das carreatas e bicicletadas que ocorrerão no Dia Nacional pelo Fora Bolsonaro de 21/02.
Fora Bolsonaro e Mourão!
Vacina para todos e todas!
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Baixe aqui o Informe da Fasubra de 9 de fevereiro de 2021, que lançou a análise de conjuntura acima (formato PDF, tamanho A4, 5 páginas).
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