Ato no ICC e Faculdade de Direito expõe reivindicação dos técnicos para a comunidade universitária
Participe das atividades da greve, a luta unificada da categoria garante vitórias
Na quinta-feira (15), centenas de servidoras e servidores técnico-administrativos da UnB se reuniram na Praça Chico Mendes para sair em caminhada pelo Campus Darcy Ribeiro, com o objetivo de denunciar a tentativa de retirada de um direito garantido após mais de três décadas de luta: a parcela de 26,05% nos salários.
Em mais um potente ato performático, organizado coletivamente com a participação de dezenas de técnicos e técnicas, a caminhada saiu da Praça, percorreu o ICC, fechou a rua e seguiu para a Faculdade de Direito. Um ato silencioso, quebrado apenas em alguns momentos de parada pelos gritos que expressavam a luta por segurança jurídica e alimentar, teve como trilha sonora uma composição do professor Fernando Iazzetta, da Faculdade de Música da Universidade de São Paulo (USP), que deu o tom ao movimento.
Perplexidade e solidariedade
A caminhada tinha à frente uma “Linha do Tempo da URP”, mostrando os governos que, desde o surgimento no final dos anos 80, mantiveram ou ameaçaram o índice no contracheque dos técnicos, e um questionamento: 2025, pagamento? supressão? absorção?
Isso porque, embora a decisão da Segunda Turma favorável aos técnicos tenha transitado em julgado, o pagamento segue sendo questionado e a categoria segue em luta pela sua manutenção. Isso foi expresso pelas alegorias usadas na manifestação.
Bonecos com a vestimenta de juízes, o Tribunal, a Advocacia e a Gestão, a Tesoura e a Caneta, além de centenas de técnicos com as mais variadas expressões e cartazes manifestando seu descontentamento com as medidas que tentam inviabilizar a efetivação do direito à parcela dos 26,05% e o que representa a reivindicação: Educação, Saúde, Cultura, Dignidade, Respeito…
Por outro lado, a comunidade universitária que acompanhou a manifestação ficou perplexa e expressou sua solidariedade. As expressões e colocações de estudantes diante do ato de técnicas e técnicos em greve demonstraram a importância de sensibilizar a comunidade universitária para as reivindicações da categoria, que luta não apenas por seus salários, mas pela própria Universidade de Brasília.
Música e silêncio
O ato contou com uma trilha sonora tirada do álbum LAMI – Laboratório de Acústica Musical e Informática, de Fernando Iazzetta, professor da Música e Tecnologia do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da USP e coordenador do NuSom – Núcleo de Pesquisas em Sonologia da USP. Contactado pela equipe de comunicação do SINTFUB, Fernando autorizou a utilização da trilha e ainda declarou apoio: “É um prazer colaborar com a causa de vocês“.
A luta em defesa do Ensino Superior, por ensino, pesquisa e extensão gratuita e de qualidade, com valorização dos servidores das universidades é uma só. E, como definiu o servidor técnico Magno Assis, pesquisador em artes cênicas e música eletrônica, “a obra foi amplamente divulgada e contribuiu com muita potência para o nosso ato. Sigamos na luta pela valorização do ensino superior brasileiro“.
Nosso agradecimento ao professor Iazzetta!
Vem mais por aí
Nesta terça-feira (20), após a Assembleia Geral, na Praça Chico Mendes, será realizada mais uma caminhada pelo Campus Darcy Ribeiro. Os servidores técnico-administrativos em greve vão espalhar mais uma vez pela universidade sua indignação e suas reivindicações.
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