Do Informe FASUBRA N° 09 de 2025
No decorrer desse período, especificamente em 31 de março e 1 de abril, também se
pautou na agenda política da sociedade brasileira o debate sobre os 61 anos do início da ditadura empresarial-militar, instalada no Brasil em 1964, que durou 25 anos impondo censura à imprensa, repressão política, milhares de pessoas torturadas e assassinadas ao regime, além de desaparecimentos de corpos de centenas de militantes políticos.
A ausência de democracia na sociedade durante aquele período, também marcou as
gestões ensino, que promoveu censura acadêmica, restringindo o pensamento crítico em todas as áreas do saber. Passados 61 anos de seu início, ainda vivemos resquícios dessa página infeliz de nossa história. Além de ainda nossa pátria-mãe continuar a ser distraída e subtraída em tenebrosas transações envolvendo frações do capital internacional com anuência de nossa covarde burguesia dependente, ainda vivemos uma democracia restrita nas Instituições Públicas de Ensino Superior do país, que mantém a retrógrada lista tríplice para a escolha de seus gestores e gestoras, a ausência de paridade nas instâncias deliberativas e a impossibilidade de que técnicas e técnicos administrativos em educação assumam o posto máximo de gestão, mantendo a perversa e estranha divisão entre o fazer e o pensar.
Mas para além disso, vivemos em uma sociedade com a presença de uma polícia
militarizada, que tortura, executa a população periférica (em sua maioria negra) com tiros na nuca, e somem com os corpos. Há quase doze anos ainda nos perguntamos “Cadê Amarildo?” Várias famílias periféricas, de 1988 para cá, não puderam enterrar os corpos de vários Amarildos.
Há dois anos, em 8 de janeiro de 2023, a extrema direita articulou uma tentativa de golpe que felizmente foi frustrada, ao tentar depor Lula que havia recém tomado posse na presidência da República.
A atual conjuntura apresenta diversos perigos pelas esquinas e o sinal parece que está
fechado para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Porém, o dia 31 de março, é um símbolo que fortalece a nossa luta pela busca de explicações sobre as
centenas de desaparecidos/as durante o regime empresarial militar, como também a nossa luta pela democratização efetiva das Instituições Públicas de Ensino Superior no Brasil, pela construção de um outro formato de polícia, e para que não tenha nenhuma anistia para Bolsonaro e demais políticos, militares e empresários que articularam a fracassada tentativa de golpe em 2023 no Brasil.
Ditadura nunca mais!