Conheça a história do servidor técnico-administrativo, Onofre Rodrigues Miranda, com 33 anos de Universidade, e que tatuou na pele a marca da UnB. Ele faz parte da terceira geração de servidores de sua família
No dia 24 de janeiro de 2025, o servidor técnico-administrativo, Onofre Rodrigues Miranda completou 33 anos de universidade. Um dia antes deste aniversário, ele participou da mobilização na Esplanada dos Ministérios, convocada pelo SINTFUB, durante reunião com o MGI, onde os servidores foram defender a implementação do acordo e o imediato pagamento da URP.
Na ocasião, a assessoria de comunicação do SINTFUB bateu um papo com Onofre que traz na pele, em forma de tatuagem, uma homenagem à Universidade. Ele, que faz parte da terceira geração de servidores de sua família, conta como é sua relação com a UnB e chama seus colegas para a luta em defesa de direitos e da Universidade Pública.
“A Universidade abre portas”
Onofre é assistente em administração. Trabalhou quase 30 anos no Instituto de Psicologia, em vários setores diferentes e há 3 anos está na gestão de pessoas. Quando questionado sobre porque tatuou a marca da UnB responde prontamente: “A minha tatuagem é uma homenagem, porque o UnB pra mim é algo muito importante. Sou da terceira geração de servidores da UnB em minha família, os anteriores, já aposentaram. E eu gosto muito da UnB”, conta.
“Quando entrei eu não tinha sequer a graduação, hoje eu tenho um doutorado”, conta orgulhoso. “A Universidade de Brasília possibilita muitas oportunidades. Inclusive, eu tive a oportunidade, com o doutorado, de fazer estágio no sul da França. Então, eu tenho muita gratidão pela Universidade de Brasília, pelo que ela me proporcionou – minha formação como pessoa e como profissional, eu devo à UnB”, diz.
Lembramos que a possibilidade de fazer graduação é uma conquista do movimento sindical. Antes da organização sindical, os servidores não podiam estudar e trabalhar, mas após ampla mobilização esse direito foi conquistado, assim como o de participar de todas as esferas da produção de conhecimento acadêmico, como pesquisa e extensão, além de espaços democráticos, apesar de ainda haver muito a ser conquistado.
Como um servidor engajado, ele reconhece os problemas, como o fato de “estarmos em uma esfera do governo que não é reconhecida financeiramente”, mas defende que, “mesmo como servidor eu posso ter experiência na área acadêmica, o que é temido por alguns servidores, mas eu acho que é uma capacidade da gente se adaptar, de resiliência no ambiente de trabalho e dedicação, o que melhora nossas capacidades, além de ser bom para a própria Universidade ter servidores mais capacitados”, avalia.
Ele fala dos desafios da categoria, “Não é fácil, tem relações complexas aqui dentro, e a gente tem que se adaptar mesmo. Eu gosto bastante. Atualmente trabalho num setor com processo de nomeação de docentes. E pra mim é gratificante, porque é uma forma de colaborar com a renovação da Universidade”.
“A união faz a força”
Sobre a participação na mobilização da categoria, Onofre diz que tudo que conseguimos foi com décadas de batalha, como a questão da URP. “Estar na luta é fundamental. Estar nas ruas, no movimento”, diz. E reflete, “é frustrante não ter quase ninguém aqui [no ato dia 23], basicamente o sindicato. Talvez seja um comodismo, não sei. Tem mais policial do que manifestante”. Perguntamos sua opinião sobre como lidar com isso, como chamar mais técnicos para a mobilização, no que conclui resiliente, “diria algo bem clichê, a união faz a força. Eu acho que a gente tem que, nesse momento, para garantir a URP e as outras conquistas, fazer barulho mesmo. Se não formos nós, quem será?”.
Questionado sobre como definiria sua experiência, ele diz que “eu diria que a Universidade de Brasília abre portas para o mundo. Isso é muito importante. E o servidor pode e deve fazer parte disso. O servidor técnico-administrativo é parte fundamental da Universidade de Brasília”. “Eu espero me aposentar há alguns anos, mas vou estar sempre ligado à Universidade de Brasília”.