Na terça-feira (7), após a Assembleia Geral do SINTFUB, foi realizado no auditório da ADUnB o debate chamado “Diálogos da Greve”.
O evento contou com a presença de Mariel Angeli, economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que apresentou uma ‘Análise da proposta de reajuste para servidores da Educação Superior Federal’.
Organizada pelo Comando Local de Greve da ADUnB, em parceria com o SINTFUB, a atividade foi realizada no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília – Seção Sindical do Andes-SN (ADUnB-S.Sind) e contou com o apoio de seis seções sindicais do ANDES-SN, que também transmitiram o Diálogos ao vivo pelo YouTube: ADUR-RJ, Adunifesp, Adufla, APUBH, Aduferpe e AdufABC.
Em parceria com a ADUnB disponibilizamos o vídeo no Canal do SINTFUB, assista clicando aqui.
Clique aqui e acesse os dados do DIEESE apresentados pela economista no evento.
Orçamento Federal em disputa
Mariel Angeli, expôs dados do Orçamento Federal, explicando, por exemplo, que as renúncias fiscais do governo que favorecem empresas dos mais variados ramos ultrapassaram R$ 525 bilhões em 2023. Esse é um tema, inclusive, abordado pelo presidente Lula em várias declarações, pois é uma fonte de arrecadação que o governo perde e existe uma iniciativa para reonerar as empresas para garantir fonte orçamentária.
Neste sentido, de fontes e destinação do Orçamento, foi apresentado o quadro orçamentário das 69 universidades federais, entre 2010 e 2022, demonstrando a queda, principalmente nos governos golpistas de Temer e Bolsonaro, enquanto aumentou o número de estudantes atendidos por cada técnico-administrativos, que só diminuem no quadro das universidades.
Perda de 43% no orçamento
O Dieese sistematizou os dados de evolução nominal e real nas despesas por estudante na UnB, demonstrando uma queda de 43% no orçamento. “As tendências [orçamentárias] são semelhantes. Dentre os dados apurados, alguns dos mais importantes dizem respeito a essa ‘produtividade’ dos trabalhadores. O Governo aumentou o orçamento das universidades federais desde 2010, mas ao mesmo tempo, a entrada de estudantes também cresceu. Quando olhamos o quadro, o aumento de estudantes foi de quase 6% nesse período da análise. Se colocarmos a inflação, o que vemos é que houve uma queda de 43% nos valores reais. Ao mesmo tempo, houve um número elevado de matrículas por docentes. Aumento de quase 7,8% por docente e de alunos por funcionário, um aumento de 8,7%. É como se tivessem [professores e técnicos] atendendo mais, com o orçamento caindo. Se fosse uma negociação salarial clássica, apenas isso já seria suficiente para reajuste”, explicou Mariel Angeli.
Análise da proposta do governo
Também foi apresentada uma análise da proposta apresentada pelo Governo Federal em reunião no dia 19/4, proposta que foi rejeitada pela categoria. Ela apontou que “os resultados da discussão de orçamento mostram que há espaço para o que pode ser conquistado de reajuste”.
O documento com os dados apresentados por Mariel Angeli estão disponíveis aqui.