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Sindicato dos Servidores Técnico-administrativos da Fundação Universidade de Brasília

Carta aberta à comunidade da UnB

Os(as) servidores(as) técnico-administrativos(as) da Universidade de Brasília, juntamente com os servidores(as) das Universidades Públicas Federais e Institutos de todo o Brasil, iniciaram uma greve nacional no dia 11 de março, chamada por nossa Federação, a Fasubra. Sabemos dos inconvenientes e prejuízos que o movimento grevista causa para a comunidade, mas não nos restou outra opção diante da falta de resposta do Governo às nossas demandas em mesas de negociação.

Nossa categoria teve a primeira mesa específica aberta, após conseguir ser a terceira proposta mais bem votada na campanha do PPA Brasil Participativo, sendo a primeira colocada no tema Educação. As propostas de aprimoramento definidas pela categoria foram entregues ao Governo em 04/10/2023, na segunda reunião da Mesa Específica, protocolada pela Fasubra junto ao Ministro da Educação, em 10/11/2023. Porém, após quase 6 meses de espera, o governo não apresentou nenhuma proposta concreta na terceira reunião ocorrida em 22/02/2024, no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), sendo que a nossa ca tegoria já tinha um indicativo de greve para o dia 11/3.

Nessa terceira reunião, o Ministério apresentou os mesmos 9% já apresentados em 18/12/23 para a recomposição salarial, parcelados em 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026, como o único índice disponível, afirmando que a categoria poderia decidir se usaria para a reestruturação da carreira. Os representantes da Fasubra argumentaram com o Ministério que a ausência de negociação não deixava outra alternativa para os trabalhadores(as) a não ser a deflagração da greve, afinal os 9% não são suficientes sequer como recomposição salarial.

A categoria dos servidores técnicos das Universidades e Institutos Federais não tem como decidir entre recomposição salarial e reestruturação da carreira, pois temos uma das piores remunerações do Poder Executivo Federal. Importante mencionar que outras categorias que iniciaram a negociação com o Governo depois dos técnico-administrativos e que têm salários melhores, conseguiram índices maiores para ambas reivindicações. Ou seja, trata-se de uma equivocada desvalorização dos servidores da educação brasileira.

Por tudo isso aqui posto resumidamente, a greve é não só da UnB, mas é nacional e começou com mais de 50 universidades e Institutos filiados à Fasubra aderindo à paralisação, na semana do dia 11/3. É necessária uma proposta por parte do Governo que resolva as questões decorrentes da defasagem da carreira conquistada com muita luta no ano 2005 e que resolva também o acúmulo de perdas, tanto do ponto de vista dos benefícios, salários, dentre tantos outros problemas que extrapolam a esfera remuneratória.

A Educação precisa ser valorizada!

Se a Educação é prioridade do Governo, como tem sido dito na propaganda oficial, a valorização dos trabalhadores(as) é fundamental, inclusive o Governo anuncia essa valorização em sua propaganda, porém, não é o que ocorre na prática. Sabemos ainda que não são apenas os(as) servidores(as) técnico-administrativos das Universidades que sofrem com o descaso com a Educação, mas também os(as) estudantes sentem as constantes reduções orçamentárias. Está diante de todos(as) e evasão que retira das universidades milhares de estudantes que não têm como bancar sua permanência nessas instituições. Entre tantos outros problemas, também para os docentes relacionados ao Orçamento da Educação, corroído pela sanha dos Bancos que captam mais da metade do Orçamento Federal através da famigerada dívida pública, como também a luta no Congresso Nacional onde setores fundamentais como Saúde e Educação Pública acabam relegados na disputa orçamentária e muitos recursos escapam para a rede privada.

O problema da permanência nas instituições também se vê entre os técnico-administrativos. Os concursos recentes, além de não cobrirem a defasagem, os(as) servidores(as) que tomam posse não se firmam na carreira e acabam procurando postos melhores, com melhores remunerações em outros concursos. A Fasubra, em reunião com o pleno da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) alertou para o risco de um caos nas Universidades no próximo período.

Organizar juntos a luta em defesa da Educação!

Como se vê, nosso movimento extrapola as questões específicas e remuneratórias da nossa categoria e, por isso, conclamamos a comunidade universitária a se unificar ao movimento. Chegou a hora da ação, de todos juntos, unificando nossa luta e nossa pauta: estudantes, servidores(as) e docentes unidos(as) em defesa da Educação Pública e por mais verbas para as universidades e institutos federais.

SINTFUB / Comando Local de Greve

Brasília, 18 de março de 2024.

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Perci Marrara

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