8 de Março no SINTFUB: “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”

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O 8 de Março, Dia de Luta da Mulher Trabalhadora no SINTFUB teve início com um café da manhã farto, com sucos, café e achocolatado, pães, bolos, salgadinhos, um prato de Terrine de queijo e manjericão, especialmente preparado pela coordenadora de Mulheres, Carla Márcia Viana, entre outras delícias que era apenas uma introdução ao evento e aos debates que vieram a seguir.

Ao final desta matéria disponibilizamos vários links relacionados.

   

 “Quem não se movimenta não sente as correntes que o prendem”

Coordenadora de Mulheres do SINTFUB, Carla  Márcia Viana, fez a primeira colocação da mesa.

A Coordenadora de Mulheres do SINTFUB, Carla  Márcia Viana, fez a primeira colocação da mesa, falando dos problemas diversos enfrentados pelas servidoras, e as mulheres em geral, dentro e fora do ambiente de trabalho. “A nossa luta por direitos continua sendo uma rotina diária e por isso, o que comemoramos é nossa disposição para continuar nessa busca por direitos, por igualdade e até pelo direito a vida!”, iniciou.

Ela citou, por exemplo, a questão do assédio e a Convenção 190 da OIT sobre o tema (disponível ao final da matéria), e as dificuldades de assumir a atuação política e sindical. Enalteceu, apesar disso, a necessidade do engajamento cada vez maior de mulheres no movimento para fazer valer a sua voz e a sua luta.

Em seguida falou a Deputada Federal, Érika Kokay (PT-DF), que tratou da questão do assassinato de mulheres, o feminicídio. “No Brasil a cada seis horas uma mulher morre por ser mulher”, disse. Nesse quesito trágico, o Distrito Federal é recordista, como lembrou a deputada. Em 2023, foram 30 mulheres assassinadas, o maior número da sua história. Ela também ressaltou a importância da participação política das mulheres, sub representadas nos espaços de poder e no Parlamento, onde, são perseguidas e silenciadas cotidianamente.

Após a deputada Érika Kokay, a professora Olgamir Amâncio fez uma fala, representando a reitoria da UnB que também realizou um evento de 8 de Março no Anfiteatro 9, do ICC. Ela falou da importância de eventos como este organizado pelo SINTFUB, e destacou neste 8 de Março a inauguração do projeto “Lei Maria da Penha na Universidade” entre outros relacionados às mulheres no âmbito da Universidade.

Na sequência, Thaisa Magalhães, da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CUT-DF fez uma saudação às servidoras da UnB, destacando a importância de eventos no 8 de Março e da discussão da questão das mulheres no dia a dia do movimento sindical. Para ela, neste dia é importante lembrar que cada mulher precisa de autocuidado, que embora seja muito comum serem chamadas e parabenizadas como “guerreiras”, as mulheres precisam de apoio e cuidado. Como representante da CUT-DF, Thaisa está participando de outros eventos neste dia, além da própria programação da Central que unificou sua atividade com o movimento de mulheres no DF para um ato político e cultural a partir das 16h, na Praça Zumbi dos Palmares, no Conic.

Elza Noronha, superintendente HUB/ENSERH, destacou em sua colocação a situação das mulheres e a necessidade de denunciar o genocídio do povo palestino. Como servidora do Hospital Universitário, destacou que na área da saúde há uma maioria de mulheres e, neste momento, os postos de lideranças no HUB estão ocupados por mulheres, “uma levanta a outra”, disse. Essa maioria feminina que se encontra na base nem sempre é vista em postos de comando, comentou.

Representando a FASUBRA, que está neste momento à frente das negociações dos servidores(as) técnico-administrativos nas Mesas de Negociação com o governo, participaram do evento as coordenadoras de mulheres, Rosângela Costa e Bianca Cristina. Ambas destacaram a presença feminina na categoria, a importância delas na construção do movimento, particularmente da GREVE que está para iniciar no dia 11/3.

Encerrando esse debate esteve com a palavra a presidenta da AdunB, Eliene Novaes. A professora da FUP destacou a violência e massacre contra mulheres e crianças palestinas ressaltando a necessidade de defender “Palestina Livre”. “Estamos assistindo em tempo real pela internet a um genocídio”, declarou. Ela também destacou aspectos importantes da questão feminina, do trabalho tornado invisível, particularmente, das mulheres negras. “Invizibilizam a produção das mulheres”, inclusive, nas Universidades. Destacou que não há igualdade de condições, de acesso e possibilidades, e que para conquistar direitos é preciso ocupar as ruas. Sem deixar de lutar nas instituições, por espaço e poder.

Citando a frase de Rosa Luxemburgo, a revolucionária alemã que está na origem do Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, concluiu: “a partir do momento em que as mulheres se movimentam, sentimos as amarras que nos prendem” e a necessidade de nos libertarmos delas.

Não é uma luta só das mulheres

Em todas as colocações ficou marcado que, embora a defesa das reivindicações, a luta pelos direitos e fim da opressão das mulheres deva ser protagonizada por elas, não pode ser uma luta exclusiva. A mudança que precisa ser realizada exige a participação de todos. O movimento sindical é um elemento dessa luta e a unidade dos trabalhadores para pautar as questões femininas é fundamental.

Não é à toa a origem do Dia Internacional das Mulheres nem a solidariedade com as palestinas. O movimento de emancipação feminina é longo, não está realizado. Enfrenta barreiras na extrema-direita e na direita. Passa por conquistas econômicas, direitos democráticos elementares e específicos das mulheres, mas também por uma transformação social, política e econômica mais profunda, incompatível com o capitalismo e a dominação imperialista. Por isso uma característica dessa luta é também o anti-imperialismo.

Viva o 8 de Março, viva a luta das mulheres

Encerrado com muita música e alegria o 8 de Março do SINTFUB foi um sucesso. Capaz de promover um debate de qualidade e a integração dos servidores(as) da Universidade neste momento em que está sendo organizado um grande movimento e a greve do dia 11/3.

A Coordenadora de Políticas Sociais, Saúde e Seguridade Social, Abadia Vieira Calácia, servidora do HUB, participou do evento trajando o keffiyeh, para fazer referência à luta dos palestinos contra o genocídio e foi feito um minuto de silêncio pelas mais de 8 mil mulheres palestinas mortas pelos ataques do Estado sionista de Israel. A questão Palestina, o genocídio e a resistência, particularmente o assassinato das mulheres que significa o extermínio do povo, foi lembrada em várias falas durante o evento que contou com a presença de várias servidoras e servidores da universidade. Foi feito um minuto de silêncio para lembrar as vítimas do massacre.

Viva o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora!

Pelo fim do massacre de mulheres e o genocídio na Palestina!

Leia aqui matéria com um pequeno relato da origem do 8 de Março e a solidariedade com as mulheres palestinas.

Clique aqui e veja no Instagram do SINTFUB alguns trechos da transmissão ao vivo.

Clique aqui para ler Convenção sobre a eliminação da violência e do assédio no
mundo do trabalho.

Perci Marrara

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