Vacinação contra a COVID-19 é iniciada com incertezas e indefinições

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O Ministério da Saúde abriu nesta semana a distribuição de vacinas contra a COVID-19, mas sem informações concretas sobre as datas para cada grupo e de onde receber as doses. Além de haver pouca disponibilidade da vacina, capaz de iniciar a imunização de apenas 4% do grupo prioritário, o país enfrenta dificuldades para conseguir insumos – principalmente com a Índia e a China – para produção das vacinas nas unidades do Sistema Único de Saúde (Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz).

O ministro da saúde, Eduardo Pazuello, iniciou oficialmente a campanha de vacinação contra a COVID-19 no Brasil na segunda-feira (18/01), começando a distribuir as doses disponíveis (veja números abaixo) aos estados. Segundo o mais recente comunicado do Ministério da Saúde, a Fase 1 da campanha é voltada especificamente para:

  1. Trabalhadores de saúde
  2. Pessoas com mais de 60 anos que vivem em instituições de longa permanência
  3. Indivíduos com deficiência que vivem em instituições de longa permanência
  4. População indígena aldeada

Não há informações exatas sobre como essas pessoas terão acesso aos imunizantes. Mas Pazuello afirmou, em coletiva de imprensa no último domingo (17/01), que as vacinas “irão até esses grupos”. Ou seja, elas estariam disponíveis nos hospitais, clínicas e estabelecimentos em que elas trabalham ou vivem. E seriam levadas até as aldeias indígenas.

Não se sabe até quando a Fase 1 da vacinação vai durar, nem quais indivíduos dentro desses grupos receberão primeiro, uma vez que não há vacinas para todos. A aplicação da segunda dose também não está definida – e se ela não for feita no prazo correto, todo o processo de imunização da população pode ser perdido e retornar à estaca zero.

Também faltam informações quanto às Fases 2 e 3 da campanha. Segundo a última atualização do Plano Nacional de Imunização contra a COVID-19, os grupos prioritários contemplados em cada etapa serão:

Fase 2Fase 3
Pessoas acima de 60 anosPessoas com diabetes, hipertensão grave, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave

Para esses públicos, não há datas de início e término da distribuição das doses. As pessoas também não sabem se basta ir ao posto de saúde, ou se será necessário realizar algum cadastro. E em quais dias e horários da semana isso será realizado.

Em meio à indefinição do Governo Federal, várias secretarias estaduais de saúde divulgaram, por conta própria, planos de imunização mais detalhados. Dentre elas, a proposta do Estado de São Paulo é a que mais se destacou: o governo paulista lançou um site para que o público-alvo da Fase 1 da vacinação faça um cadastro, identifique sua localidade e estabeleça uma fila virtual de espera.

Quantidade de pessoas beneficiadas com a vacina neste primeiro momento

O Ministério da Saúde afirmou que as vacinas disponíveis neste momento – todas da CoronaVac, vindas do Instituto Butantan – foram distribuídas para as cinco macrorregiões do país no seguinte quantitativo:

QuantidadeRegião
1.202.090Sudeste
683.924Nordeste
357.821Sul
337.332Norte
273.393Centro-Oeste

*Matéria escrita com informações do Ministério da Saúde e da Veja Saúde

Mário Júnior

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