Os professores da rede particular de ensino do Rio de Janeiro, organizados pelo Sinpro-RJ (Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro e Região) decidiram no dia 1° de agosto manter a greve decretada em 6 de julho contra o retorno escolar, previsto para ocorrer nesta segunda-feira (3).
A assembleia contou com a presença de 500 professores, com aprovação de 98% pela manutenção da greve.
A prefeitura informou que deu o aval para que escolas particulares reabram, se os donos delas assim decidirem junto a seus respectivos sindicatos e representantes do setor.
“A greve foi decretada, mas, mesmo assim, o prefeito autorizou o retorno de forma presencial e voluntária”, informou Marcelo Santana da direção Sinpro-Rio.
A medida valeria para os 4º, 5º, 8º e 9º anos do ensino fundamental e foi fortemente questionada pelos professores que decidiram pela manutenção da greve.
Em nota publicada em seu site, o Sinpro-Rio reiterou o não retorno das atividades presenciais. O presidente da entidade Oswaldo Teles ressaltou que a categoria só voltará às aulas presenciais com o devido respaldo. “Em nenhum lugar do mundo, ocorreu retorno às aulas presenciais com o número de contágios e mortes (beirando as 100 mil) que o Brasil vem sofrendo”.
Greve na rede pública
De acordo com o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação-RJ), na rede municipal de ensino os professores também decretaram greve contra o retorno previsto para essa segunda-feira (3). O mesmo ocorre na rede estadual, com greve decretada para esta quarta-feira (5).
De acordo com Alex Sandro Trentino, da coordenação geral do Sepe RJ a greve é pela vida. “O que foi aprovado nas assembleias realizadas em 30 de julho na rede municipal, e no dia 1° de agosto na rede estadual é a greve pela vida, na medida em que o governo for chamando a categoria, ela vai aderindo”, explicou.
O Sepe-RJ já entrou com pedido na justiça pela não abertura das unidades escolares.
A preocupação dos professores e trabalhadores em Educação é pela volta prematura, ainda com altos índices de contaminação, além da inexistência de protocolos de seguranças para essa retomada nas escolas.
Em nota, o Sepe rechaça os decretos do governador e do prefeito do Rio de Janeiro que abordam o relaxamento das medidas de isolamento social, sem os devidos estudos técnicos, científicos e demais análises que embasassem tais medidas.
Por isso, o Sepe reforça a greve como resposta “para impedir que os profissionais de educação sejam expostos a um grande risco à saúde”, informou.
Além disso, o sindicato aponta que essa decisão de volta às aulas expõe ao risco não apenas os trabalhadores em Educação, mas os alunos e seus familiares. “A direção do Sepe decidiu, diante do plano de reabertura das escolas sem o devido embasamento científico e sem qualquer discussão com a comunidade escolar, preparar a categoria para a Greve, caso os governos determinem a abertura das escolas”.
Atividades on-line com os estudantes se mantêm – desde que sejam feitas de forma complementar e não obrigatória.
A recomendação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Defensoria Pública é de que a reabertura não deve ocorrer até que haja evidências científicas, fornecidas por autoridade médica ou sanitária, de possível retomada segura das atividades.
Greve em defesa da vida
A CSP-Conlutas reafirma sua política pela quarentena geral a todos os trabalhadores. Reforça ser uma irresponsabilidade dos governos colocar milhares de estudantes nas ruas, uma vez que o Brasil já é o segundo no mundo no ranking de contaminados e de mortes.
Todo apoio à luta dos professores, funcionários e trabalhadores em Educação.