Sintfub apoia luta dos seringueiros da Amazônia em atividade que marca 30 anos do encontro nacional da categoria

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Neste ano de 2015, o I Encontro Nacional de Seringueiros da Amazônia, que teve Chico Mendes como um dos protagonistas, completou 30 anos. Para marcar o acontecimento, o Núcleo de Estudos Amazônicos (NEAz), com o apoio do Sintfub, realizou atividade na Praça Chico Mendes no último dia 15, com o objetivo de resgatar a história, realizar o debate sobre a defesa da floresta e das águas e apresentar a defesa da floresta e das águas.

“É de extrema importância a comemoração desses 30 anos de luta. Historicamente os seringueiros formam uma categoria que sofre com as condições precárias de trabalho e, apesar de mudanças importantes em benefício deste grupo, ainda padecem da invisibilidade. Mas também formam a categoria que representa a resistência, a defesa da floresta, das águas e da cidadania independente de classe social”, avalia o coordenado do Sintfub, Mauro Mendes.

Entre as falas que marcaram a abertura do evento, o seringueiro Raimundo Mendes, o Raimundão, primo de Chico Mendes, da Reserva Extrativista homônima do líder sindical, lembrou que muitos dos desafios do passado foram vencidos a partir da luta do grupo liderado por Chico Mendes.

“O seringueiro de ontem era explorado, não tinha acesso à educação, a nenhum benefício do estado e do município. Eu nasci nessas condições. Chico Mendes, que foi nossa liderança maior na região do Acre, também nasceu nessas condições assim como milhares de outros seringueiros que nasceram na floresta. O seringueiro de hoje é organizado em associações e cooperativas, seu produto é valorizado. Nossos filhos estudam e se nós, pais, também quisermos estudar é possível porque tem escolas nos seringais”, destacou ele.

Joaquim Belo, coordenador do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS), ressaltou que a Amazônia precisa ser fortalecida. Não só por causa da floresta que preserva, mas pelas pessoas que vivem nela. “A cartografia social mostra que somos uma média de 4,5 milhões de famílias. A Amazônia tem um papel muito importante e zelar e cuidar dela é fundamental. Enquanto para muita gente é uma causa, para nós é nossa vida porque moramos lá”.

Entre os participantes, estavam o senador Jorge Viana (PT-AC), que era aluno de Engenharia Florestal da UnB na época da realização do encontro, em 1985. “Eu tive o privilégio de ter participado daqueles dias, de ter ouvido, de ter presenciado o nascimento do Conselho Nacional de Seringueiros. Para mim, é uma honra muito grande estar aqui, ver que, do ponto de vista do movimento, as ideias e os sonhos do Chico Mendes estão muito presentes, são muito vivas e são parte das prioridades da luta desse povo que sofre, mas que segue lutando na Amazônia brasileira”, declarou.

Também participaram do ato de homenagem Angela Mendes, filha de Chico Mendes, os deputados federais do Acre Raimundo Angelim (PT), Léo de Brito (PT) e Sibá Machado (PT); o ex-senador Anibal Diniz; o presidente do Conselho Nacional de Seringueiros, Joaquim Belo; entre outras pessoas que fizeram e continuam fazendo parte dessa história, além do reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo.

I Encontro
O I Encontro Nacional de Seringueiros da Amazônia foi realizado na Universidade de
Brasília (UnB), de 11 a 17 de outubro de 1985. Este Encontro foi palco da criação do Conselho
Nacional dos Seringueiros, resultado da incansável luta em defesa dos direitos dos
trabalhadores e trabalhadoras liderada por Chico Mendes e outros seringueiros e povos da
floresta, do campo e das águas.

Com informações do NEAz e do portal Ecos da Notícia

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