Sintfub pauta a importância e os desafios da mulher no contexto político social

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Nesta terça-feira (25), dia que teve início a campanha “16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, o Sintfub realizou o I Encontro de Mulheres Trabalhadoras da UnB – A importância da mulher no contexto político social e os enfrentamentos políticos. A atividade aconteceu no auditório do Sindicato, e reuniu dezenas de trabalhadoras da Universidade.

Segundo o coordenador-geral do Sintfub, Mauro Mendes, para que a mulher avance ainda mais nos espaços de poder e no mercado de trabalho, com formação e direitos e oportunidades iguais aos dos homens, “é preciso mudar o conceito de que a mulher é a grande responsável pelas tarefas domésticas”. Para ele, a mudança desse contexto, constituído histórica e culturalmente, virá através do debate, como foi a proposta do I Encontro de Mulheres Trabalhadoras da UnB, e da disposição de luta de quem almeja um mundo equânime entre os seres humanos.

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) também participou da atividade. Para ela, as mulheres adentraram o espaço público da sociedade e representam grande parcela no mercado de trabalho, mas as tarefas domésticas continuam sendo praticamente exclusivas da mulher. “O índice de mulheres responsável pelas tarefas de casa é de 70% no Distrito Federal”, mostra em números a parlamentar.

Apesar do avanço da questão de gênero e mercado de trabalho, a psicóloga social e do trabalho, Jaqueline Gomes de Jesus, lembra que a mulher ainda é minoria nas chefias. No Brasil, estudos indicam que as mulheres já atingiram 41% da força de trabalho, mas ainda ocupam apenas 24% dos cargos de chefia.

Investimento público
Para a integrante da Central de Cooperativa de Materiais Recicláveis, Raimunda Alves Ribeiro, a promoção de políticas públicas é imprescindível para que as mulheres ocupem os espaços da sociedade, em condição igual a dos homens. “Tem mulher catadora que trabalha o dia todo, chega em casa e o marido bate nela e pega todo o dinheiro. Mesmo assim ela não tem coragem de denunciar, por medo de ficar só, não dar conta de tudo. Graças ao governo Lula, que implantou uma série de programas para a mulher, estamos conseguindo avançar”, avalia.

Mesmo com o avanço em políticas públicas para mulheres, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli, afirma que “a dívida pública é a principal responsável pelo não atendimento das necessidades urgentes do povo brasileiro”. “As demanda básicas dos movimentos feministas atuais esbarram na opção dos respectivos governos em destinar quantias exorbitantes para o pagamento de questionáveis obrigações financeiras vinculadas a dívidas que nunca foram auditadas. Dessa forma, restam desatendidas reivindicações elementares como creches, impedindo que muitas mães possam trabalhar”, diz.

A secretária de Mulheres da CUT Brasília, Graça Souza, que participou da mesa de abertura do I Encontro de Mulheres Trabalhadoras da UnB, lembrou que a luta de cada trabalhador e de cada trabalhadora é essencial para que se alcance a condições, salários, oportunidades e direitos iguais entre homens e mulheres. Para ela, a luta por um mundo mais justo e igualitário é tarefa de todos, principalmente das entidades sindicais. “O debate sobre a mulher na sociedade, seus desafios na vida social e política, é sempre importante. Costumo dizer que, mesmo se estivermos em uma atividade com apenas uma mulher, este debate deve ser feito. É a partir daí, da formação das mulheres, que poderemos avançar em um mundo mais justo, onde possamos ser livres e ocuparmos os espaços que quisermos”, disse a dirigente.

“Precisamos politizar as mulheres, conscientizá-las sobre sua condição atual para que seja possível empoderá-las no futuro e quebrar os paradigmas que ainda as definem como um indivíduo secundário e dependente do homem. E isso só pode ser feito por meio da difusão do conhecimento e de espaços de diálogo e formação, daí a importância da realização desse evento”, avalia a servidora técnica-administrativa da UnB, Suzana Xavier, que participou da organização e promoção do I Encontro de Mulheres Trabalhadoras da UnB.

A campanha
A campanha “16 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” existe desde 1991, por iniciativa do Centro de Liderança Global de Mulheres. No Brasil, é realizada desde 2003 por meio de ações de mobilização, debates e eventos. A campanha termina no dia 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Secretaria de Comunicação da CUT Brasília

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