Diante da inflexibilidade do reitor da UnB, Ivan Camargo, em negociar os pontos que compõem a pauta de luta dos servidores técnico-administrativos, o Comando Local de Greve solicitou, em reunião realizada nessa sexta-feira (4), na reitoria da Universidade, que as reivindicações da categoria fossem pautadas na próxima reunião do Conselho Universitário – Consuni. A reunião do Conselho será dia 25.
Na reunião, o reitor reafirmou que não está disposto a implementar a flexibilização da jornada de trabalho para os técnico-administrativos, afirmando que este é um encaminhamento do Conselho de Administração – CAD. Entretanto, a última reunião no Conselho que tratou sobre o tema deliberou uma resolução que determinava critérios que os setores de trabalho da Universidade deveriam cumprir para que as 30 horas semanais fosse implementada. Acontece que as reuniões da Comissão que avaliou os processos de solicitação, segundo representantes do próprio grupo, mal aconteceram e, as que aconteceram, por minuciosidades, reprovaram a maioria dos documentos que comprovavam a necessidade da flexibilização no setor. Sem querer rediscutir o tema, a administração da UnB determinou, em dezembro do ano passado, a retirada da flexibilização da jornada de trabalho de todos os setores que funcionavam neste sistema e impediu que os outros setores pleiteassem o funcionamento contínuo dos trabalhos.
Para Ivan Camargo, é inválido discutir a flexibilidade da jornada de trabalho com a reitoria ou mesmo com o Ministério do Planejamento. “Essa é uma pauta do Congresso Nacional”, afirma o reitor.
No encontro, o Comando Local de Greve entregou ao reitor documento informando a necessidade do funcionamento ininterrupto dos setores de trabalho da UnB, o que só é possível com a flexibilização da jornada, e afirmando que o que cerceia a implementação da flexibilização na UnB não é a lei, como diz o reitor da Universidade, mas a resolução criada pela própria instituição. “Entendemos que a legislação é clara e não há óbice que cerceia o direito dos servidores técnicos em educação, por outro lado, a resolução construída na UnB impõe graves entraves para a implementação do horário flexível com redução de jornada, criando inclusive situações impeditivas”, afirma trecho do documento.
PONTO ELETRÔNICO
Durante a reunião dessa sexta-feira, 4, Ivan Camargo ainda defendeu que o ponto eletrônico, combatido pelos servidores técnico-administrativos, é “uma resolução do CAD”. “Tentei o ano passado cumprir essa determinação, mas não consegui. Ainda estou tentando implementar”, disse Camargo.
Entretanto, o ponto eletrônico foi vinculado, necessariamente, à flexibilização da jornada de trabalho. A deliberação foi feita ainda na gestão anterior a de Ivan Camargo. “Por que cumprir só o que ele acha que deve cumprir, se o que, segundo ele, o que está pautado é a decisão de um Conselho?”, questiona o coordenador geral do Sintfub e integrante do Comando Local de Greve da UnB, Mauro Mendes.
PARIDADE
Um dos pontos também reivindicados pelos servidores técnico-administrativos da UnB é a paridade de representação nos conselhos e órgãos deliberativos da UnB. O reitor Ivan Camargo foi categórico ao se opor à paridade. “Vocês dizem: só vamos conseguir quando houver paridade. E eu não acredito nisso. Aliás, na minha eleição eu falei contra isso. Mas, eventualmente, se houver demanda da comunidade universitária, eu não me oponho”, disse Ivan Camargo na reunião dessa sexta-feira.
Para os servidores técnico-administrativos, somente com a paridade na representação poderá haver avanço nas reivindicações da categoria. “Não se pode falar em paridade nos conselhos para que se fale em consenso”, disse a componente do Comando de Greve Local da UnB, Susana Xavier. “Vocês têm o CAD na mão”, avaliou o reitor da UnB, sem parâmetros para consolidar sua afirmação.
EBSERH
“Não sou a favor da pauta que revoga o contrato da FUB com a Ebserh”, disse claramente o reitor Ivan Camargo quanto ao ponto de luta dos servidores técnico-administrativos da UnB. O dirigente máximo da Universidade ainda afirmou que todos os servidores da FUB lotados no HUB serão cedidos à Ebserh, a menos que não queiram mais permanecer no setor e diante da disponibilidade de vaga em outro setor da Universidade que execute serviços semelhantes.
CCTUB
O Comando Local de Greve, com o apoio do Comando Nacional de Greve da Fasubra, questionou o paradeiro dos mais de R$ 2 milhões, aprovados por emenda parlamentar proposta pela bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, para a construção do Centro de Convivência dos Técnicos Administrativos das Universidades Brasileiras – CCTUB. A previsão era de que a obra terminasse em janeiro de 2013. Entretanto, atá agora, a obra sequer começou.
O reitor da UnB, Ivan Camargo, afirmou que, além de uma licitação que não deu certo, não havia nenhum documento formal sobre a construção do CCTUB. “Não achamos nenhum documento assinado”, disse.
A administração superior da UnB entregou o processo, com seis autos, ao representante da Fasubra presente na reunião, Paulo Henrique, para que a entidade soubesse de todos os trâmites sobre a obra realizados até agora.
ASSEMBLEIA
Nesta terça-feira, dia 8, os técnico-administrativos da UnB se reunião novamente em assembleia para discutir o movimento grevista, deliberado no dia 17 de março. A atividade será às 9h30, na Praça Chico Mendes.