MOÇÃO DE REPÚDIO CONTRA ATOS DE PERSEGUIÇÃO PRATICADOS POR GESTORES DAS UNIDADES ACADÊMICAS E ADMINISTRATIVAS DA UnB
Os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília – UnB, reunidos em assembleia no dia 24 de julho de 2014, decidiu denunciar por meio de moção de repúdio os atos de perseguição e violência moral praticados contra trabalhadores que aderiram à última greve. Após o retorno ao trabalho, vários servidores foram alvo de constrangimento, isolamento, retirada das atividades e remanejamentos intempestivos e sem justificativa.
No Instituto de Psicologia, um dos técnicos que aderiu a greve foi intimado pelo seu gestor a assinar e fechar a frequência nos horários em que estivesse participando das assembléias da categoria, após isso foi colocado à disposição do DGP.
No Decanato de Gestão de Pessoas, uma servidora foi indicada a procurar outra unidade para trabalhar sob a alegação de que a mesma tinha muita representatividade e participação em colegiados e movimentos políticos.
Na Faculdade de Ceilândia, uma servidora foi informada de que teria que compensar as horas em que estivesse participando, como titular, das reuniões de Conselhos, Câmaras e Comissões no âmbito da UnB.
No Decanato de Extensão, 04 servidores foram excluídos de um evento social relacionado ao trabalho e, após questionarem se o fato ocorria por terem aderido ao movimento paredista, dois deles receberam a determinação verbal de remanejamento para outras unidades.
Ao perseguir os trabalhadores pelo exercício legal da greve, os gestores da UnB estão afrontando um direito social previsto no art. 9º da Constituição Federal, in verbis: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Ao atacar os participantes do movimento paredista, os gestores da Universidade de Brasília, atacam toda a categoria dos servidores técnico-administrativos das Instituições Federais de Ensino Superior do País.
O constrangimento, o isolamento e a violência psicológica sofrida pelos nossos colegas respingam em cada técnico da UnB e em todo e qualquer trabalhador que luta por melhores condições de trabalho, por dignidade e por respeito.
Os servidores técnico-administrativos da UnB repudiam as práticas de violência moral contra os colegas e reforçam que não aceitarão atitudes nocivas à dignidade dos trabalhadores na Universidade. Recorreremos às instâncias judiciais e aos órgãos de defesa e de direitos sociais para inibir práticas que afrontem a dignidade da pessoa humana para fazer valer os direitos fundamentais e sociais previstos na Constituição brasileira.