Os servidores da Fundação Universidade de Brasília – FUB lotados no Hospital Universitário de Brasília – HUB foram um dos principais prejudicados com entrada da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh, responsável pela gestão do Hospital. Após a entrada da empresa, foram várias as reclamações dos servidores sobre a retirada de direitos conquistados há anos. Os prejuízos dos servidores do HUB viraram pauta de reivindicação da greve da categoria em toda a UnB. Pra mobilizar os servidores do Hospital e conscientizá-los sobre a importância de aderir ao movimento paredista, o Comando Local de Greve dos técnico-administrativos da UnB realizou reunião com os trabalhadores nesta quinta-feira (20), no auditório do HUB.
A orientação do Comando Local de Greve é de que seja criada entre os servidores do quadro do HUB uma comissão de mobilização da greve no Hospital, que terá a função de discutir a melhor estratégia de se fazer o movimento no HUB. “Não temos outro caminho senão o da organização e da mobilização da nossa categoria”, afirma o coordenador de Administração do Sintfub, Messias Barbosa.
“Apesar de ser fruto de projeto de iniciativa do Executivo Federal, a implantação da Ebserh foi bancada pela atual administração superior da UnB, que agora faz vista grossa para os problemas gerados aos servidores do quadro. Mas os servidores não devem baixar a guarda. São todos servidores da FUB, e não da Ebserh. Aderir à greve agora é lutar pela garantia de direitos”, avalia o coordenador geral do Sintfub, Mauro Mendes, que também compõe o Comando Local de Greve.
Um dos principais problemas gerados aos servidores do HUB com a entrada da Ebserh foi o aumento da jornada de trabalho. Os trabalhadores cumpriam jornada de seis horas diárias há cerca de 10 anos. Entretanto, o regime de trabalho da Ebserh é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que determina jornada de trabalho de oito horas diárias. A mudança de horário não foi totalmente implementada no HUB, mas já dá sinais com o aumento do número de plantões, trabalho em recessos e feriados, realidade que já atingiu a maioria dos servidores do quadro do Hospital.
Servidores do HUB que não querem continuar no hospital sob a gestão da Ebserh estão tendo dificuldade para serem realocados. Já os que não querem sair do Hospital, temem ser cedidos arbitrariamente. “As cessões devem ser aceitas pelo servidor. Ninguém pode ser transferido de local sem consentimento”, explica a integrante do Comando Local de Greve Socorro Marzola. Ela ainda lembra que nenhum servidor que aderir ao movimento grevista poderá receber falta.
FUNCIONAMENTO MÍNIMO
Para garantir a legalidade da greve dentro do HUB, 30% de servidores no exercício das atividades deverão manter-se no setor. Isso por que o serviço do HUB é caracterizado pela lei como serviço essencial. Entretanto, é importante lembrar que os 30% que deverão ser mantidos engloba todos os trabalhadores do hospital, e não só os da FUB.